Continuam a registar-se diferenças significativas entre sexos no mercado de trabalho, quer ao nível da diferença salarial, quer no que respeita aos resultados obtidos.
De acordo com os dados do relatório Eurograduate 2022 (Graduate Tracking Portugal), divulgados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, os diplomados do sexo masculino ganham, em média, mais 19-23% do que os diplomados do sexo feminino.
“Em geral, os diplomados do sexo masculino apresentam um nível de emprego mais elevado, um nível de desemprego mais baixo, contratos com mais estabilidade, níveis mais elevados de satisfação profissional e um nível mais elevado de alinhamento entre a formação superior e o emprego”, revela o gabinete liderado por Elvira Fortunato.
Os dados mostram ainda que os diplomados há mais tempo, bem como aqueles com níveis mais elevados de qualificações superiores, tendem a beneficiar de melhores condições no mercado de trabalho, seja ao nível da empregabilidade, seja ao nível da remuneração.
Já relativamente aos salários, estes aumentam significativamente com o nível de ensino. Os licenciados/mestres ganham 18-25%/46-50% mais do que os diplomados dos programas de ensino superior de ciclo curto. Os salários dos diplomados com 5 anos no mercado de trabalho são sistematicamente mais elevados do que os que concluíram as suas formações há cerca de 1 ano.
Existem ainda diferenças entre diplomados ao nível das grandes áreas de educação/formação. Os cursos de ciências empresariais, administração e direito; TICs e engenharia, indústrias transformadoras e construção; e saúde são os que proporcionam níveis mais elevados de emprego, menores riscos de desemprego, salários e satisfação profissional mais elevados, contratos mais estáveis e maior probabilidade de alinhamento entre a formação superior e o emprego.
Uma experiência no estrangeiro tem efeitos positivos e verifica-se que “a experiência internacional dos diplomados durante a sua formação superior está associada a maiores níveis salariais”.
Uma vez terminada a formação, são aqueles que têm níveis mais elevados de qualificações superiores que estão também “mais propensos à mobilidade internacional”. E “verifica-se que existe uma associação positiva entre a experiência internacional adquirida no âmbito do programa de estudos e os salários dos diplomados”.