A oferta de residências universitárias em Portugal já é diminuta, mas no início do próximo ano lectivo vai estar ainda mais sob ameaça devido à pandemia. O Jornal de Notícias escreve esta quinta-feira que as orientações da DGS para prevenir contágios – incluindo um distanciamento de dois metros e não utilização de beliches – irão fazer com que algumas instituições do ensino superior percam um terço das camas disponíveis. Em Portugal, 58% dos quartos nas residências são duplos.
As universidades e institutos politécnicos contactadas pelo JN dizem estar a fazer um levantamento do número de camas que serão perdidas e colocam fora de hipótese fazer obras em tão pouco tempo para acomodar as orientações da DGS. Em todo o país, serão centenas as camas que não poderão ser utilizadas.
Amílcar Falcão, reitor da Universidade de Coimbra, estima uma perda de 300 camas, enquanto que o reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, alerta para uma “situação crítica”, dado que 90% a 95% das camas da instituição estão em quartos duplos. A Universidade do Porto irá ficar sem 130 lugares, de um total de 1.190, adianta fonte da instituição ao JN.
Alunos do ensino superior poderão ficar alojados em hostels e pousadas
Hostels e pousadas vão ser alternativa de alojamento para os jovens do Ensino Superior que esta sexta-feira começa a receber candidaturas para as 51 mil vagas que oferece para o próximo ano. Dada a situação de pandemia, as residências estudantis vão ver a sua capacidade total reduzida em cerca de 3000 lugares, à conta das direções de distanciamento social da Direcção-Geral da Saúde (DGS) que pedem um afastamento de dois metros entre camas. Face a essa realidade, conta o Público, o Ministério da Ciência e Ensino Superior desenvolveu uma acordo (que está a ultimar) com os hoteleiros das principais cidades para garantir que nenhum estudante fica sem alojamento.
As negociações em questão envolvem a Associação de Hostels de Portugal e vão permitir que se utilize alojamentos locais em cidades como Lisboa, Porto, Coimbra e Braga, as quatro que reúnem maior caudal de estudantes e que que mais sofreram com o abrandamento do setor do turismo. Estas negociações estão a considerar a identificação das unidades de alojamento que não só estão disponíveis como garantem as condições de segurança exigidas — espaços com beliches, por exemplo, estão fora da equação. Só depois desta fase é que serão celebrados os contratos entre os estabelecimentos de ensino e os alojamentos.
O secretário de Estado da Ciência e Ensino Superior, João Sobrinho Teixeira, conta ao mesmo jornal que esta decisão não só permite que os hostels garantam “rendimento durante um ano, que lhes permitirá manter a estrutura numa altura em que sofreram uma quebra de clientes”, e resolve o problema do alojamento de estudantes em tempos de covid-19.” O contrato que está a ser negociado é válido para o próximo ano lectivo.