Chegou, mais uma vez, aquela altura em que fazemos o balanço dum ano letivo, sem deixar de ter em mente o próximo, e já se fazem ouvir os típicos críticos apocalípticos, no que toca à Praxe. Praxe. Palavra esta que parece ao mesmo tempo fascinar e amedrontar todos aqueles que se aventuraram a ler um testamento daqueles que todos os anos nos comunicam como que de um patamar mais alto, os “horrores” da praxe.
Para que não me julguem como algum ser imensamente devoto à praxe, aviso, não estive lá nem um dia completo. Não tínhamos muita compatibilidade, pois havia coisas que não estava disposto a abdicar.
Embora e como já admiti não tenha participado na praxe, posso e voltando aos críticos apocalípticos, afirmar desde já que estes nem sempre têm a razão. Pelo que observei da praxe, e pela coletânea de histórias que me foi providenciada pelos meus colegas, só posso admitir que tal como esse críticos estava errado. A praxe é evidentemente uma atividade que promove a união. Onde os limites pessoais são sim respeitados, e sei que com isto posso irritar muitos depreciadores que já se agarram aos colarinhos por verem alguém que não tendo ido à praxe a comenta positivamente. Mas digo-o à mesma pois é a verdade, só é necessário que nos expressemos sempre que os limites pessoais começam a ser desconsiderados.
Pergunto-me se estes senhores alguma vez testemunharam, depois de muitos anos a contemplar a praxe como se de um bicho de sete cabeças se tratasse, alguma vez viram os comportamentos dos envolvidos depois desta atividade.
Após toda esta formalidade comandada por uns indivíduos de capas negras, segue-se todo um novo mundo, como que uma segunda praxe onde certas regras se dispensam, onde caloiros e doutores partilham finos e outros que tais, onde as músicas tanto brejeiras quanto entretidas que foram aprendidas há poucas horas são entoadas em pura felicidade por todos os envolvidos que estão juntos por uma academia e um curso.
Tudo isto é conhecimento absorvido das histórias de colegas meus que a mim não teriam razão alguma de me ocultar o que realmente aconteceu na praxe, partilhando tanto os momentos mais felizes, como os menos que também existem como em tudo na vida.
Em jeito de conclusão deixo apenas as seguintes palavras de conselho aos futuros caloiros, sejam céticos. Quando chegar a hora testem o que vos é apresentado, e lembrem-se de usar os conhecimentos que vos foram passados se é que foram, por colegas mais velhos, mas não deixem que as suas experiências vos toldem o juízo. Atrevam-se a pensar por vocês, a analisar, a julgar, e posteriormente a agir de acordo. Aproveito também para mencionar que as primeiras semanas são sempre as mais complicadas, mas afinal onde é que as coisas não funcionam deste modo.
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Este texto faz parte de uma série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.
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