Já foi publicada lei com mecanismo extraordinário para regularizar pagamento de propinas em atraso


Os estudantes do ensino superior que não conseguem pagar as propinas devido aos efeitos da pandemia podem negociar com as universidades uma forma de regularização das dívidas sem perderem o acesso a bolsas de estudos e o acesso à frequência e conclusão do curso.

A lei com o mecanismo extraordinário foi publicada esta quarta-feira em Diário da República e entra em vigor já amanhã, 13 de agosto. Tinha sido aprovada pelo Parlamento a 10 de julho e promulgada pelo Presidente da República no final do mês.

Não são ainda conhecidos os contornos deste mecanismo, uma vez que falta ainda a publicação de uma portaria que regulamente esta lei, o que deverá acontecer no “prazo de 30 dias”.

“A presente lei cria um mecanismo extraordinário de regularização de dívidas por não pagamento de propinas, taxas e emolumentos nas instituições de ensino superior públicas para estudantes do ensino superior público”, refere a lei, adiantando que esta “aplica-se aos estudantes do ensino superior público que, devido à crise económica e social causada pela pandemia da doença COVID-19, ficaram impossibilitados de pagar propinas, taxas e emolumentos”.

Têm de ser os estudantes com propinas em atraso a solicitar a adesão a este mecanismo, que fica dependente de “acordo livre e esclarecido celebrado entre este e a instituição de ensino superior”.

A adesão ao mecanismo “não prejudica a eventual atribuição de bolsa de estudo, nem o acesso do estudante a todos os atos administrativos necessários à frequência e conclusão do curso, nomeadamente emissão de diploma ou certidão de conclusão ou qualquer documento informativo do seu percurso académico”.

A situação dos estudantes carenciados e com dificuldades em pagar as propinas, que foi agravada durante a pandemia de covid-19, levou os grupos parlamentares do Bloco de Esquerda e do PAN a apresentarem propostas que apoiassem estes alunos.

No entanto, os dois partidos acabaram por retirar as suas iniciativas e foi apresentado um texto conjunto da Comissão de Educação, Ciência, Juventude, que mereceu o voto favorável de todos os deputados.