Maioria das 13 Universidades Portuguesas em queda no Ranking mundial CWUR 2025


O Center for World University Rankings (CWUR) divulgou hoje a edição que avaliou 21.462 instituições de ensino superior em todo o mundo, das quais as 2.000 melhores compõem a “Global 2000 List” deste ano. Portugal marcou presença com 13 instituições entre as duas mil melhores, sendo que três delas figuram no top 500: a Universidade de Lisboa (218.º lugar), a Universidade do Porto (302.º) e a Universidade de Coimbra (449.º). Esta representação mantém o país entre os cenários acadêmicos globais, mas revela também um desempenho desigual face à concorrência internacional.

Apesar de continuar presente no ranking, o desempenho geral das universidades portuguesas exibiu uma tendência de queda em 2025. Das 13 instituições nacionais classificadas, dez recuaram em relação ao ano anterior, refletindo, em parte, limitações nos indicadores de investigação e no financiamento governamental. Apenas três universidades conseguiram melhorar suas posições: a Universidade do Porto, o Instituto Politécnico do Porto e a Universidade Católica Portuguesa. Essa diminuição no desempenho coloca em evidência desafios estruturais no apoio à pesquisa e à inovação em Portugal.

No contexto nacional, a Universidade de Lisboa permaneceu como a melhor colocada em 2025, mas registrou uma queda de sete lugares, passando de 211.º para 218.º, refletindo ligeira perda em vários subindicadores (educação, empregabilidade e corpo docente). A Universidade do Porto conseguiu ascender cinco posições (de 307.º para 302.º), beneficiando-se, sobretudo, do fortalecimento relativo de seu desempenho em pesquisa. Em contrapartida, a Universidade de Coimbra recuou sete posições (de 442.º para 449.º) e a Universidade Nova de Lisboa caiu 15 lugares (de 519.º para 534.º). Esses dados ilustram uma polarização entre poucas subidas modestas e quedas mais acentuadas, evidenciando que grande parte das instituições luta para manter ou melhorar seu lugar no ranking global.

É importante ressaltar as subidas mais expressivas registradas em 2025: além da Universidade do Porto, o Instituto Politécnico do Porto saltou 133 lugares, passando de 1720.º para 1587.º, o que indica uma melhoria significativa em indicadores de pesquisa aplicada e empregabilidade. A Universidade Católica Portuguesa também avançou sete posições, de 1667.º para 1660.º, consolidando seu progresso em áreas específicas de humanidades e engenharias. Essas três instituições foram as únicas a conquistar progressão no ranking, sugerindo que ações estratégicas pontuais podem reverter tendências negativas.

 

Por outro lado, várias universidades portuguesas sofreram quedas expressivas em 2025. A Universidade do Algarve recuou 102 lugares (de 1309.º para 1411.º), a Universidade de Évora desceu 112 posições (de 1625.º para 1737.º) e o ISCTE recuou 35 lugares (de 1564.º para 1599.º). A Universidade da Beira Interior caiu 14 posições (de 1451.º para 1465.º) e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro desceu 31 lugares (de 1558.º para 1589.º). Já a Universidade de Aveiro perdeu sete posições (de 594.º para 601.º), enquanto a Universidade do Minho retrocedeu cinco (de 636.º para 641.º). Essas quedas refletem, em grande parte, a fragilidade do financiamento público e a competitividade crescente no cenário internacional, fatores que impactam diretamente a capacidade de atrair e reter talentos, bem como de publicar em periódicos de alto impacto.

No plano global, o ranking de 2025 confirma a continuidade de Harvard como a universidade número 1 do mundo, mantendo a hegemonia das instituições norte-americanas no topo. No entanto, percebe-se um deslocamento no equilíbrio de forças: universidades norte-americanas, japonesas, francesas e alemãs apresentaram declínios mais acentuados, enquanto instituições chinesas continuam sua trajetória de ascensão rápida. Pela primeira vez, o número de universidades chinesas supera o de norte-americanas entre as duas mil melhores, evidenciando a consolidação da China como potência educacional e de pesquisa.

Além disso, observam-se indícios de que universidades britânicas e russas mantêm uma performance relativamente estável, apresentando quedas tênues ou até discretos avanços. Já o desempenho de países europeus como França e Alemanha mostra leve declínio, enquanto Japão segue em redução de posições. Essa tendência global ressalta que o contexto académico mundial, marcado pela ascensão de nações asiáticas, pressiona as instituições ocidentais a revisarem suas políticas de financiamento, recrutamento de docentes, fomento à pesquisa e internacionalização.

 

Do ponto de vista estratégico, o presidente do CWUR alerta que a falta de financiamento consistente e de um planeamento de longo prazo pode acentuar ainda mais o distanciamento de Portugal em relação às potências emergentes. Enquanto vários países investem massivamente em educação superior e ciência, Portugal enfrenta limitações orçamentais que impactam diretamente a qualidade das universidades e a capacidade de produzir pesquisa de ponta. Nesse cenário, fortalecer parcerias internacionais, incentivar a captação de financiamento externo e promover reformas académicas podem ser caminhos para amenizar as quedas verificadas em 2025.

A seguir, apresenta-se a lista completa das 13 instituições de ensino superior portuguesas presentes no ranking CWUR 2025, indicando o número de lugares subidos ou descidos em relação ao ranking de 2024. Os dados abaixo são baseados nos resultados divulgados pelo CWUR:

  • Universidade de Lisboa – desceu 7 lugares (de 211.º para 218.º)
  • Universidade do Porto – subiu 5 lugares (de 307.º para 302.º)
  • Universidade de Coimbra – desceu 7 lugares (de 442.º para 449.º)
  • Universidade Nova de Lisboa – desceu 15 lugares (de 519.º para 534.º)
  • Universidade de Aveiro – desceu 7 lugares (de 594.º para 601.º)
  • Universidade do Minho – desceu 5 lugares (de 636.º para 641.º)
  • Universidade do Algarve – desceu 102 lugares (de 1309.º para 1411.º)
  • Universidade da Beira Interior – desceu 14 lugares (de 1451.º para 1465.º)
  • Instituto Politécnico do Porto – subiu 133 lugares (de 1720.º para 1587.º)
  • Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro – desceu 31 lugares (de 1558.º para 1589.º)
  • ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa – desceu 35 lugares (de 1564.º para 1599.º)
  • Universidade Católica Portuguesa – subiu 7 lugares (de 1667.º para 1660.º)
  • Universidade de Évora – desceu 112 lugares (de 1625.º para 1737.º)

Esse panorama evidencia que apenas três instituições (Universidade do Porto, Instituto Politécnico do Porto e Universidade Católica Portuguesa) conseguiram melhorar sua posição em 2025, enquanto as demais enfrentam retrocessos que podem indicar necessidade de ajustes estruturais e maior investimento em pesquisa e internacionalização nos próximos anos.