Mais de metade dos jovens numa relação admite não usar sempre o preservativo, método contraceptivo que evita a transmissão de doenças e infecções.
Os resultados constam do estudo Jovens e educação sexual: conhecimentos, fontes e recurso, que foi apresentado esta quinta-feira, e desenvolvido pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa) em conjunto com a Associação para o Planeamento da Família (APF) e o CLISSIS – Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Investigação Social.
De acordo com o mesmo estudo, a maioria dos jovens utilizou, no ano passado, o preservativo na sua primeira relação sexual para evitar uma gravidez. Porém, o uso deste método contraceptivo diminuiu face a 2008.
Enquanto em 2008 97% dos rapazes disseram ter usado preservativo, no ano passado, o número diminuiu para os 88,4%.
Ao mesmo tempo, 55% dos adolescentes que estão actualmente numa relação de namoro que inclua sexo admitem não usar sempre preservativo, o que mostra que correm riscos.
Entre as 2319 respostas a um inquérito online, dos estudantes que tiveram relações sexuais, 59% dizem usar a pílula e 24% interromper o coito como forma de evitar uma gravidez. Mas a preocupação com as doenças sexualmente transmissíveis parece estar agora em segundo plano.
Rapazes e raparigas estão praticamente ao mesmo nível no que diz respeito ao início da actividade sexual com parceiro. Para homens e mulheres, a primeira relação sexual dá-se por volta dos 15 anos. E, embora a maioria dos jovens mostre ter um nível de conhecimento bom ou muito bom sobre temas relacionados com a sexualidade, no que diz respeito aos contraceptivos e infecções sexualmente transmissíveis cerca de metade revelou ter um nível de conhecimento médio e em quase um terço era mau.
Maria Manuel Vieira, uma das coordenadoras do estudo que falou ao Jornal de Notícias, admite que “há um menor conhecimento da sexualidade face a 2008”. “Nesse ano, havia um foco muito acentuado nas questões da sida. Essa poderá ser uma das razões para que os jovens estivessem mais alertados para as doenças sexualmente transmissíveis.”