Acabaste a licenciatura e queres fazer o mestrado, mas não consegues decidir porque gostas de todos? Tens que escolher, porém a cabeça e o coração não estão de acordo, queres explorar mais, queres-te envolver em tudo sem te comprometeres, sem te limitares a uma opção…o truque passa por fazer uma análise das vantagens e desvantagens de cada um como, por exemplo, o nível de exigência, a rede de contactos que podes estabelecer, as funções e saídas profissionais… o mestrado deve ser um sítio onde te podes reinventar, onde podes experimentar e ser tudo, por isso se sempre tiveste um “fraquinho” por um deles não hesites, por outro lado se tiveres um “fraquinho” por vários escolhe o que te desperta mais paixão, aquele onde sentes que podes ser melhor e onde te imaginas a trabalhar, podes optar por te especializar nalguma área (dentro da tua ou noutra diferente) ou adotar, simplesmente, um estilo eclético e conhecer um pouco de tudo!
Este pode ser um momento de angústia e de dúvidas e aspectos que devemos considerar… é altura de fazer um balanço do que queremos, dos nossos talentos e aptidões, da nossa disponibilidade (porque o mestrado vai exigir mais de nós!), da nossa condição financeira (vale a pena continuar a investir?), da universidade (será que devemos continuar na mesma ou mudar? Sou da opinião de que uma mudança é sempre positiva, por exemplo, estudar fora seria uma mais-valia, por outro lado a estabilidade também é positiva e pode mesmo ser a melhor opção para quem já se integrou e afeiçoou à universidade). Por último, mas não menos importante, devemos procurar o máximo de informação possível, explorar todas as opções e conversar com pessoas que nos possam ajudar (professores e profissionais da área, essencialmente), ponderar os custos e benefícios e também os nossos recursos emocionais (somos capazes de aguentar mais anos a estudar? O stress do estágio e da tese é compatível com outros planos que temos, procurar trabalho, mudar de casa ou constituir família, por exemplo?).
Sempre vi na universidade uma oportunidade para aprender, aprofundar competências e criar novas oportunidades…um espaço de crescimento pessoal e académico, portanto fazer ou não o mestrado nunca foi discutível para mim, aliás em psicologia é praticamente obrigatório. Sempre tive uma ideia clara do que queria: clínica com crianças e mantenho-me fiel às minhas ideias, no entanto continuo a explorar e, ironicamente, acabei por me apaixonar por áreas em que não tinha qualquer interesse, como o ensino, a investigação a neuropsicologia e mais outras tantas coisas! Agora consigo ver as coisas como um todo, sei que não tenho uma, mas sim várias paixões e isso permite-me aprofundar aquilo que gosto e deixar de parte aquilo que tenho a certeza de não querer fazer, manter abertura a novas experiências e desafios e “pensar fora da caixa”.
Lembra-te de que o mestrado não é o fim, apenas o início de um percurso que podes moldar aos teus sonhos e limitações e vai aonde o coração te levar!
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Este texto faz parte de uma série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.
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