Há cinco décadas que no mês de junho se celebra o orgulho. Ao longo deste mês, são realizadas comemorações direcionadas especialmente para a comunidade LGBTI+, com o objetivo de reconhecer a influência e o impacto histórico que estes membros tiveram (e continuam a ter) e ainda relembrar o caminho que ainda falta por percorrer. Aproveitamos esta ocasião para darmos destaque aos movimentos estudantis que desenvolvem trabalho nesta área em escolas e universidades.
Mas comecemos por dar algum contexto. A história moderna dos movimentos LGBTI+ tiveram o seu boom na Rebelião de Stonewall, em Nova York, no fim da década de 1960, após, no mínimo, duas décadas de um sistema jurídico anti-homossexuais. A rebelião aconteceu quando um grupo de pessoas LGBTIs impediu a entrada de polícias no bar Stonewall Inn, e isso foi o início de um grande acontecimento político que se mantém até hoje.
Um ano após a Rebelião de Stonewall, as pessoas LGBTIs voltaram às ruas para comemorar o acontecimento. Essa volta às ruas é considerada a primeira Marcha do Orgulho LGBTI+, que, à época, levou o nome de Marcha da Libertação Gay. Com o tempo, as marchas foram repetindo-se em novos lugares, e hoje são realizadas em praticamente todo o mundo.
O evento tem como objetivos reforçar a importância da luta já realizada e reforçar a igualdade de direitos. A Marcha do Orgulho LGBTI+ procura o fim da discriminação e a punição para os que ainda a comentem.
São vários os movimentos e iniciativas LGBTI+ que, além de estarem presentes nesta Marcha, levam esta luta diariamente para escolas e universidades por todo o país. Fica aqui o destaque das que conhecemos e nos deram a conhecer numa sondagem na nossa página de Instagram.
rede ex aequo
A rede ex aequo é uma associação de jovens lésbicas, gays, bissexuais, trans, intersexo e apoiantes com idades entre os 16 e os 30 anos em Portugal. Tem como objectivo trabalhar no apoio à juventude LGBTI e na informação social relativamente às questões da orientação sexual, identidade e expressão de género e características sexuais.
A associação tem núcleos de jovens LGBTI e apoiantes ao longo do país, que organizam atividades de convívio, partilha de experiências e de conhecimento. Têm também um núcleo nacional de jovens trans que organiza atividades específicas para a juventude trans, não-binária e em questionamento identitário. Em ambiente escolar, têm o Projeto Educação LGBTI, onde vão a escolas realizar sessões de debate, esclarecimento e sensibilização. Organizam ainda eventos anuais como o Acampamento de Verão de Jovens LGBTI e o Encontro Nacional de Jovens Trans, Não-bináries e em Questionamento Identitário.
OutCiências – Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Este núcleo da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa também luta por uma faculdade mais inclusiva e organiza iniciativas várias nesse sentido.
Tiveram uma série de histórias e testemunhos sobre o que significa ser parte da comunidade LGBTQIA+ que podes acompanhar na página do Instagram.
QueerIST – Instituto Superior Técnico – Universidade de Lisboa
O QueerIST é um núcleo queer (LGBTI+) de estudantes do Instituto Superior Técnico (IST) que visa incluir, informar e dialogar, nascido em 2017. Pretendem estimular a discussão e divulgar informação sobre a temática queer, promovendo a inclusão de membros desta comunidade, com o intuito de diminuir a discriminação em função da orientação sexual ou identidade de género.
Realizam várias atividades, abertas a toda a gente, desde as mais educativas (como tertúlias e conversas) até às mais recreativas (como churrascos e piqueniques), passando por sessões de cinema, tardes de convívio e mais. Mantêm ainda uma biblioteca com obras queer e relacionadas de forma a facilitar o acesso a uma cultura mais inclusiva; além de ainda atuarem em outras iniciativas fora da faculdade, como por exemplo participando na Marcha do Orgulho LGBTI+ de Lisboa.
NuPride – Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa
O NuPride é o núcleo da Associação dos Estudantes da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa que tem como intuito promover a discussão, aceitação e divulgação de informação sobre a temática LGBTQ+.
Assumem que “temos como principal objetivo ajudar a eliminar a invisibilidade e isolamento da comunidade LGBTQ+ na nossa faculdade”.
Nova Pride Association – Nova School of Business and Economics – Universidade Nova de Lisboa
É o mais recente de todos, lançado nas redes sociais no fim de janeiro do ano passado. O Nova Pride Association, antigo Nova SBE LGBTQI+ Club, pertence à Nova School of Business and Economics, que faz parte da Universidade Nova de Lisboa.
Este núcleo quer despertar a consciência sobre os tópicos relacionados com a temática LGBTQI+ e ajudar a tornar a Nova SBE mais colorida, diversa e inclusiva do que já é, segundo os próprios.
Letras Fora do Armário (L.F.A) – Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
O Núcleo LGBTQ+ da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL) tem o objetivo de fazer refletir os alunos da FLUL sobre temas que estão “dentro do armário”, como LGBTQ, feministas e liberdade sexual.
No entanto, reforçam que “embora o L.F.A tenha sido criado para dar visibilidade a estes temas, as nossas preocupações abrangem também questões dos direitos humanos em geral, dos animais e preservação da Natureza.”
ADD — Aliança da Diversidade
ADD – Aliança da Diversidade – é um grupo de estudantes (e professoras/es apoiantes) que querem tornar a escola mais segura para tod@s, quer sejam gays, heterossexuais, lésbicas, bissexuais, trans ou intersexo, ou em questionamento. É um projecto da Associação ILGA Portugal – Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual, Trans e Intersexo.
O principal objetivo da organização é a integração social da população lésbica, gay, bissexual, trans e intersexo (LGBTI) e das suas famílias em Portugal. “Queremos garantir a melhoria da sua qualidade de vida, através da luta contra a discriminação em função da orientação sexual, da identidade de género e características sexuais, sempre promovendo a cidadania, os Direitos Humanos e a igualdade de género.”
MAIS – Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa
O MAIS era o Movimento de Aceitação e Inclusão Sexual dos Estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFUL). Este núcleo foi desativado no ano letivo passado.
Podes acompanhar as atividades dos respectivos movimentos nas suas redes sociais. Se conheceres outros movimentos estudantes LGBTI+ que queiras que adicionemos à lista deixa nos comentários.