Foi uma decisão repentina. De desespero. De querer fugir do stress do quotidiano e da ansiedade do trabalho exigido. Fruto da necessidade de ter a música, a poesia e o espírito académico mais juntos a mim, colados ao meu coração, como um emblema.
Não entrei antes por achar que não tinha tempo (a mãe de todas as desculpas)… e eis que a verdade surge agora em mim – há sempre tempo para fazer aquilo que se gosta. Parece frase feita, mas cada vez mais acredito nela. Basta querer e trabalhar. Fazer o «sim» acontecer.
Pensei, entre emoções e angústias de quase finalista, com a sensação de este tempo de estudante me estar a fugir por entre os dedos como grãos de areia à velocidade do vento, que, se não fosse agora, não seria nunca mais. Fiquei arrebatada, triste e desiludida comigo mesma, ao imaginar um futuro sem nunca ter pertencido a uma Tuna. E foi aqui, neste instante violento, que tomei consciência do quão arrependida eu ficaria se tal acontecesse. Peguei na guitarra e levei-a comigo para a cidade. No dia seguinte, assisti ao meu primeiro ensaio e, se houvesse ainda dúvidas, aqui deixariam certamente de existir. Prometi a mim mesma que aproveitaria aquilo que devia e, se nunca o fizesse, estaria a quebrar uma promessa de mim para mim.
Entrei na semana do Festival organizado pela nossa Tuna e notava-se no ambiente – todos a zelar para que tudo corresse bem. E correu. Maravilhosamente bem! Percebi nestes curtos dias que acabamos por criar laços por este Portugal fora, quer com as gentes, histórias e tradições de cada região que se visita, quer com os membros de outras Tunas. É incrível! E enriquece-nos.
Estou no princípio, mas estou a adorar. Creio que muitas histórias irão nascer nesta aventura em que me lancei e espero que um dia eu possa dizer, com orgulho nesta decisão, «Eu fiz parte de uma Tuna Académica e foi das melhores decisões que tomei!»
É mais um sonho que se está a concretizar. Estou a começar a fazer parte daquilo que arrepia o meu ser mais intangível. Tudo o que escuto com o coração, sai na forma de pura alegria pelos poros da minha pele, em pleno ensaio. Ouço. Escuto. Absorvo. Sinto. Canto. Vivo uma felicidade maravilhosa enquanto o faço. Por mais ácido que tenha sido o dia, encontro aqui um escape a essa realidade. Saio da porta da faculdade com um sorriso no peito. Uma paixão que já nasceu comigo mas que apenas agora começo a aprender a trabalhar e a desenvolver. Outra família académica que vai na bagagem de memórias doces do meu coração para o resto da minha vida. Por isso… Eu, na Tuna? Claro que sim! E devia ter entrado mais cedo!
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Este texto faz parte de uma série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.
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