Não tens de estar sozinho

Este é provavelmente dos temas mais falados dos dias de hoje. Além disso, é altamente corroborado por algumas séries polémicas como é o caso da “13 reasons why” chegando de uma forma muitas vezes inesperada à vida de cada um. Se queres um conselho, não te deixes enganar, o quanto falas ou ouves falar de algo não te prepara para o que possas ter de enfrentar.

Para os fiéis seguidores do Uniarea, que já devem ter lido os artigos da Lígia sobre doenças mentais, aviso-vos de que o meu é um pouco diferente, ou pelo menos, esse é o meu propósito. E se não fosses tu, mas sim alguém à tua volta? Saberias lidar com a situação? Talvez no final me saibas responder a isso!



Espero que compreendas que se alguém dia, alguém perto de ti estiver doente… e sim vamos parar aqui: está doente! Não está louco, não é parvo, não é chato e muito menos um fardo para a tua vida. É simplesmente aquela pessoa que tu sempre conheceste que ficou doente. E estar doente é apenas isso, estar doente. Custa-me entender o porquê do desprezo pelas doenças mentais e da tentativa de menosprezar tudo e dizer: “Ah, isso não é nada; tens de te animar; é preciso reagir; ah tu também não ajudas…”. Desafio-vos a refletirem sobre a ultima vez em que culparam alguém que está com uma constipação pelo facto de estar doente. Então porque fazemos isso com as doenças mentais na nossa sociedade?

Retomando onde tínhamos parado…, uma situação destas, nunca vem com aviso prévio. E se podes acreditar que vem sempre em pior altura. Vem quando tu estás ocupado, não tens paciência, estás cansado e te apetece fazer tudo e mais alguma coisa, menos ter de lidar com isso. E o quê que fazes? Exatamente o contrário! Respiras fundo, enches-te de energia e lidas com o problema. Ninguém espera que sejas médico, psicólogo ou outra coisa do género. Eu, sinceramente, espero que sejas um amigo, um filho, um irmão, um primo, um conhecido da pessoa que está doente. No fundo, eu espero que sejas tudo o que foste até agora, mas que tenhas a capacidade de reconhecer que essa pessoa precisa de ti e da tua ajuda nesta fase que está a passar da sua vida.

Espero que compreendas também, que tudo aquilo que poderá acontecer desse momento para a frente não é culpa tua. Mas lembra-te também que tudo o que poderá não acontecer pode ter sido pela tua influência. Está atento, e mantém-te presente. Pergunta-lhe se precisa de conversar e ouve a conversa; não sejas critico e tenta colocar-te no lugar dela; sê carinhoso, paciente e amigo; se essa pessoa se rir, ri também, mas não te sintas inibido se chorar, fá-lo se assim o sentires; tenta motivá-la, acompanhá-la e encoraja-a a procurar ajuda profissional. Tudo aquilo que eu disse pode parecer como nada para ti, mas pode ser Tudo para a outra pessoa.

Agora talvez tenhas compreendido que não estarias preparado para agir se assim fosse o caso. Mas se queres saber a verdade, nunca ninguém o está. Mas ao menos, no final de contas estiveste presente. Por muito pouco que tenhas feito, é sempre melhor que nada!

“Mentes abertas cultivam almas saudáveis” – Autor Anónimo

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Este texto faz parte de uma série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.

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