Não tenho objetivos, e agora?

Quantos de nós, estudantes, não sentem inseguranças em relação ao que querem ser, que querem fazer? Quantos de nós já quiseram ser astronautas, e, logo um dia seguinte, carpinteiros (a título de exemplo, só para demonstrar a radicalidade do que, por vezes, sentimos em relação ao nosso futuro)? E querer ser as duas coisas ao mesmo tempo? Penso que todos passámos já por essa fase. No entanto, enquanto que para uns pode ser algo que se relativize, e se resolva com o tempo, para outros, este pode ser um dilema realmente doloroso, como foi para mim no 10º ano.

Quando cheguei ao secundário, encontrava-me numa enorme decisão. Não quanto à área a seguir, porque, desde muito cedo, descobri que fui feito para estudar as ciências sociais, que era aquilo que realmente gostava. Tinha, no entanto, já duas opções para a faculdade: dentro da minha cabeça, Direito e História lutavam pelo primeiro lugar da candidatura ao ensino superior. Pode parecer estranho que tal me tenha afectado, para alguns… Mas a verdade é que, para mim, a ausência de um objectivo concreto deixava-me desmotivado, e isso repercutiu-se nas minhas atitudes, que, por sua vez, se reflectiram na média do 10º ano: 13 valores.



Acontece que, durante as férias do verão, me fui informando e cheguei à conclusão que, apesar do enorme gosto que tenho por História, Direito seria a minha opção. Aonde? No Porto, onde, na altura, o curso tinha uma média de acesso superior aos 16,5 valores. Finalmente, havia um objectivo pelo qual lutar, mas… as minhas notas estavam longe do suficiente. Durante este ano, comprometi-me a mudar os meus hábitos,e comecei a lutar pelo que realmente queria, e consegui, com muito esforço: a média das minhas classificações internas finais deu, em Junho, 17 valores.

Se tu, que estás a ler este artigo, passas pela mesma situação que passei, ou, de alguma forma, idêntica, aconselho-te, de todo o coração, o seguinte: nunca desistas. Nunca deixes de estudar. Mesmo que a indecisão te atormente, luta, estuda, tem os melhores resultados possíveis. Eu sei que custa, mas se, de repente, um objectivo te surgir, verás que poderás alcançá-lo sem passar por metade do stress, ansiedade, e mau estar que passei. Para ti, que possas ter passado por isto, e para todos os outros que se possam sentir inseguros em relação às suas escolhas:não vão abaixo, não pousem a caneta, não fechem o livro e apaguem a luz da secretária. Mas esforcem-se por fazer o contrário, nunca desistindo, persistindo sempre.

Boa sorte. Sei que conseguem, todos vocês!

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Este texto faz parte de uma série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.

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