Ultimamente os meus pensamentos e decisões têm andado confusos. Achei ser algo temporário mas já faz algum tempo que as dúvidas permanecem.
O futuro é uma coisa incerta e certamente imprevisível. Mas o problema começa quando eu não consigo prever, nem sequer imaginar o meu futuro.
Como explico à sociedade que não sei o que quero ser? Como digo aos meus pais que o meu maior medo é fazer a escolha errada? Como digo que nem sei qual a escolha certa ou a escolha errada?
Durante 12 anos, andamos na escola a aprender. Aprendemos o que são as coisas, como foram feitas, o porquê da sua existência e toda a sua história. Concluindo ensinam-nos tudo o que devemos saber na teoria. Eis a palavra-chave: teoria. 12 Anos em que fui posta à prova. Fui avaliada, julgada, criticada, elogiada mas em nenhum destes 12 anos aprendi a prática. A experiência ficou algures enterrada ou escondida atrás dos grandes cadernos.
Enquanto estava focada em saber o que precisava ser sabido para testes/exames, eu nunca me foquei no meu futuro. Eu não tive a oportunidade de ter experiências suficientes para que eu pudesse dizer o que realmente gosto de fazer.
Sempre que abro o site do índice de cursos da dges, quase que o meu coração para. Existem mais de 1000 cursos disponíveis para o acesso ao ensino superior, mas nenhum deles me parece o adequado porque nem eu sei para que metade deles serve.
E para juntar mais “areia ao saco” e me deixar ainda mais confusa temos o tão falado tema do emprego e desemprego. Se por um lado eu quero ir para um curso de que gosto e que me sinto realizada e feliz ao aprender sobre ele, por outro temos as questões de empregabilidade. É muito giro trabalhar naquilo que se gosta mas também é muito aconchegante ter um emprego que me garanta entrada de dinheiro todo o mês. Eis então mais uma dúvida que me surge regularmente : Ir para aquilo que gosto ou ir para aquilo que me dá emprego?
Eu não sei para onde ir. Sinto-me presa numa estrada que não tem fim, que me faz andar mas não me leva a lado nenhum.
Mãe, eu não sei o que quero. Pai, eu não sei por onde ir. Não me julguem por esta indecisão que acredito ser mais uma nas tantas que a vida me vai trazer. Afinal de contas tenho 18 anos e bagagem de vida curta.
Falta-me experiência. Falta-me saber o que gosto. Falta-me descobrir o mundo e eu mesma.
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Este texto faz parte de uma série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.
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