De vez em quando tenho vontade de escrever sobre ti, Coimbra. Acho que a nossa história deve ser posta em papel, para a eternidade, como este amor que sinto por ti. E quando me dá esta vontade de escrever, parece-me sempre que não há palavras que me aproximem de todos estes sentimentos.
Desengane-se quem pensa que basta visitar-te para te conhecer: é preciso abrir o coração e envolver todos os sentidos. É preciso viver-te e sentir-te, com o Álvaro de Campos que há em cada um de nós. Diria mesmo: “Sentir tudo de todas as maneiras, Viver tudo de todos os lados.” Acredito que a única forma de alguém te amar é entregar-se de corpo e alma aos teus ensinamentos.
O futuro (essa altura em que terei de deixar de caminhar pelas tuas ruas) parece ainda estar longe, mas a verdade é que o tempo tem passado a voar. Ainda ontem era caloiro!… Agora, de capa aos ombros, a responsabilidade aumentou e, de dia para dia, sinto que a capa pesa mais. Quando o meu percurso académico chegar ao fim, quero poder olhar para trás com orgulho. Quero orgulhar-me do que aprendi e dos ensinamentos que passei aos meus afilhados. Quero poder orgulhar-me de ter sido um bom padrinho e sentir que o fui no seu reconhecimento.
É em ti, querida Coimbra, que eu fico, mesmo quando for embora. Fico pela dor que me fizeste sentir, pelas gargalhadas que me fizeste dar, pelas loucuras que me fizeste viver. Aliás, como diz a Balada da Despedida de Economia, “Em ti sofri/ Bebi, amei e ri.”. É mesmo assim. Acima de tudo, minha Coimbra, representas a passagem da criança que fui, para o adulto que serei. O tempo vai-se esgotando, mas olha… não faz mal! Podes ficar com tudo, Coimbra, mas as memórias levo-as eu.
Vou embora, mas é a ti que regresso. És o meu lugar. Nunca duvides disso. A maneira como deixas que o dia amanheça, como deixas que o sol se deite no horizonte, a maneira como respiras, como te mexes, como falas. Como chamas por mim. És um ponto de encontro para cada um de nós e um refúgio para nós todos. Entrei um menino… e sei que vou sair daqui um homem.
Hoje estás de parabéns, a UC faz anos. Foi ela que nos uniu. Ao mesmo tempo foi e vai ser sempre o melhor de nós… Obrigado, Coimbra!
Que continues a unir gerações, a criar amizades e a fazer parte de tão belas histórias de amor!
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Este texto faz parte de uma série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.
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