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O que faço quando sinto que falhei…?


Crescemos numa sociedade que nos diz desde pequenos que falhar é errado, que o devemos evitar ao máximo e que ao falharmos somos fracos. Pelo medo de falhar, estudamos mais, treinamos mais, fazemos mais exercícios, damos o nosso melhor, mesmo quando isso é tudo o que menos queremos fazer… Então, mas e quando (apesar de eu não querer ou não ser minha culpa) eu sentir que falhei, o que é suposto que eu faça…?

Bem, se procuras um artigo que te diga, “este é o segredo para nunca falhares” ou “esta é a fórmula para aceitares o fracasso”, isto não é o que eu trago. De todo, não te trago nada disso.

Ora, para começar, isto é um facto: vamos todos falhar em algum ponto da nossa vida, seja nas coisas mais simples como a fazer um bolo ou em algo mais significativo como, falhar a conseguir entrar na faculdade ou terminar o secundário. Nada no nosso percurso académico, profissional e até pessoal, vai sempre correr como desejamos e, lamento dizer, mas não há nada que possas fazer para o evitar. Então, a resposta encontra-se mesmo, em aceitar.

Eu sei, eu sei, é muito fácil dizê-lo (ou, neste caso, escrevê-lo), mas a verdade é que, se o fracasso faz parte da nossa vida, o melhor a fazer é a aprender a aceitá-lo, por mais difícil que o seja.

Ninguém, tenho a certeza, gosta de sentir que falhou, desiludiu alguém ou a si mesmo. Eu sei do que falo, acreditem. Já cometi muitos erros, falhei e voltei a falhar, mas sabem que mais? Não seria a mesma pessoa que sei que sou se não tivesse falhado e cometido erros. Foi com os meus fracassos que cresci e me tornei na Inês que hoje vos escreve sobre isso mesmo, o fracasso.

 

Então, de modo a tentar reconfortar alguém que (tal como eu) esteja a passar por um período mais difícil em que sente que falhou, aqui vão algumas dicas:

  1. Aceita que todos falham, eu já falhei, os teus amigos também, os teus pais e todos os que se encontram na tua vida já o fizeram.
  2. Se não for suficiente perceber que os outros falham, escolhe uma pessoa que te rodeie e pergunta-lhe diretamente qual foi o melhor fracasso que já tiveram (Prometo que dará uma conversa interessantíssima e te vai ajudar a superar os teus próprios fracassos).
  3. Depois de ganhares consciência disto, procura perceber o que correu menos bem e principalmente, ao invés de te masterizares, percebe o que pode correr melhor na próxima vez (por exemplo, não colocares tanto fermento naquele bolo que te falei para que ele não cresça demasiado).
  4. Eu gosto de acreditar que tudo acontece por uma razão (por mais cliché que possa soar) e que daqui a umas semanas, meses ou anos irás olhar para trás (como eu o faço agora) e perceber que tiveste de errar para poderes ser quem és agora, aprender algo e, acima de tudo, evoluir.

Com este artigo não pretendo dizer que não te deves esforçar em nada, uma vez que o falhanço irá sempre fazer parte da tua vida, nada disso. Com este texto pretendo mostrar a quem seja que precise, que errar faz parte do processo e que está tudo bem em te sentires triste ou frustrado com o facto de teres falhado. Mas não te deixes ir a baixo por causa disso, utiliza as minhas (talvez não tão úteis) dicas e que segue em frente, prometo, que voltarás mais forte e tornar-te-ás melhor a cada dia com todos os erros e falhanços de que a vida é recheada.

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Este texto faz parte de uma série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.

 

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