Abandono hoje a cidade na qual vivi os últimos 18 anos.
E é difícil.
Na minha terra-natal fica tudo… A família, os amigos, os espaços físicos de sempre, os rostos conhecidos e aquela que sempre será a minha casa. Rumo ao porto, é o sonho que me guia. Os medos e os receios são muitos, o coração bate mais forte, a hora aproxima-se. Nada voltará a ser igual.
Durante os próximos 5 anos, não vou vivenciar os almoços diários com os meus amigos de sempre, não vou poder abraçar a minha mãe sempre que me sentir desamparado nem não vou poder dizer aos meus, olhos nos olhos, o quanto os amo.
E é tudo estranho.
Grandes sonhos, grandes projetos, grandes decisões, grandes batalhas. É isto que nos exigem em tão tenra idade. Com 18 anos, deveríamos estar preparados para abraçar o mundo e trilhar um rumo tão exigente?
A última semana tem sido de despedida. As saudades já se fazem sentir. A escola secundária em que se sorri e chorei, em que sonhei e projetei a minha vida, em que partilhei vitórias e fracassos, em que construí amizades sólidas e duradoiras, torna-se agora passado.
Ficam na memória e no coração, as memórias e os amigos. Todos temos sonhos e percursos distintos a cumprir. É hora de ser mais e melhor. É hora de cometer erros e assumir riscos. É hora de não olhar para trás nem duvidar. Ainda que com muitos medos e receios.
E é tudo tão difícil…
“É a hora!”
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Este texto faz parte de uma nova série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.
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