Portugal gasta anualmente com cada estudante 10.854 euros, abaixo da média da OCDE, segundo um estudo que revela que um aluno custa 100 mil euros desde que entra na escola até ao 9.º ano.
“A despesa por estudante desde o ensino básico ao superior em Portugal é inferior à média da OCDE”, revela o relatório anual da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) “Education at a Glance 2022”, numa comparação entre 36 países, tendo em conta a Paridade do Poder de Compra (PPC) para o Produto Interno Bruto (PIB) de cada país.
Em 2019, Portugal gastou 10.854 euros por estudante, enquanto a média da OCDE foi de 12.353 euros por aluno, segundo o documento esta segunda-feira divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico OCDE.
O estudo indica que não há grandes diferenças entre o custo de um aluno que está no 1.º ciclo ou a terminar o secundário, porque a oferta de educação em termos de currículos, estilos de ensino e gestão organizacional “conduzem a padrões semelhantes de despesas”.
Quando chegam ao ensino superior, a despesa aumenta, mas menos em Portugal. No nosso país um aluno representa um custo médio de 12 mil euros, o que é quase três mil euros acima do valor médio gasto no ensino básico e pouco mais de 700 euros do secundário.
Mas as despesas com o ensino superior variam muito entre países da OCDE. A despesa média é de 18 mil euros, um valor impulsionado por países como o Luxemburgo onde um aluno custa em média 50 mil euros anuais.
Portugal está assim nos que gastam menos da OCDE, já que na lista dos 36 países, apenas sete têm valores anuais inferiores a Portugal: Coreia, Lituânia, Chile, Turquia, México, Colômbia e Grécia.
No entanto, olhando para o investimento tendo em conta o Produto Interno Bruto (PIB), as diferenças esbatem-se. Em 2019, os países da OCDE gastaram, em média, 4,9% do seu PIB com o ensino superior, altura em que Portugal gastou ligeiramente abaixo (4,8% do PIB).
Comparando investimento público com investimento privado, o ensino obrigatório continua a ser um terreno de dinheiros públicos em todos os países da OCDE.
As contas do financiamento privado representam 10% das despesas do ensino obrigatório em toda a OCDE e 11% em Portugal. Já no ensino superior, a quota-parte da despesa atingiu 31% em 2019 em Portugal, um valor igual ao da média da OCDE.
Podes consultar os dados completos do Education at a Glance 2022 aqui.