Primeiro-ministro critica desigualdade no acesso ao Superior de alunos do profissional


O primeiro-ministro considerou, esta manhã no Porto, inaceitável a baixa taxa de ingresso dos alunos da via profissional no Ensino Superior. Isto numa altura em que o Governo se prepara para lançar um contingente especial para acolher estes estudantes já no próximo ano letivo.

“Conseguirmos cumprir os nossos objetivos no acesso ao Ensino Superior exige que eliminemos as barreiras que introduzem fatores de desigualdade à entrada no ensino superior por parte dos jovens que fazem o Ensino Secundário pela via profissional”, frisou António Costa durante a abertura da III sessão da “Convenção do Ensino Superior 2020-2030” que decorre durante o dia de hoje na reitoria da Universidade do Porto. Segundo o primeiro-ministro, “a via profissional tem igual valor à via científico-humanística e não é aceitável que, no século XXI, a taxa de ingresso no Ensino Superior para os alunos do ensino profissional seja de apenas 15%”.

Conforme noticiamos na semana passada, o Governo vai criar um contingente especial, já no próximo ano letivo, para estes alunos. Assim, as instituições que o pretenderem – é uma medida, para já, facultativa – vão ter entre 5% a 10% de vagas adicionais para acolher os estudantes vindos do ensino profissional. O projeto-piloto arranca a título experimental no próximo ano letivo, estando ainda a ser definidos quais os critérios de ingresso, designadamente a realização ou não de uma prova. Refira-se que o número de diplomados com cursos profissionais do Ensino Secundário tem vindo a aumentar, representando já entre 30% a 40% do total.

No seu discurso, António Costa reafirmou que um dos “resultados mais positivos alcançados nesta legislatura foi ter-se invertido a queda e ter novamente aumentado o número de alunos inscritos no ensino superior”, sendo que, hoje, frisou, contam-se “mais 15 mil estudantes”. Realçou, também, que o Governo vai ultrapassar a meta traçada de contratação de cinco mil doutorados até ao final da legislatura. “Até ao momento estão formalizados mais de três mil contratos desde janeiro de 2017, estando abertos mais 4600 concursos nas diferentes vias do programa de apoio ao emprego científico”, anunciou o primeiro-ministro, ladeado pelo ministro da Ciência e Ensino Superior, pelo presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e pelo reitor da Universidade do Porto, que acolhe a conferência de hoje.