Sem Coimbra, passam a 4 as universidades portuguesas entre as 500 “melhores” do mundo

Bastaram nove décimas para a Universidade de Coimbra saltar fora do chamado “ranking de Xangai”, que anualmente apresenta o que considera serem as 500 melhores universidades do mundo. Os resultados de 2018 desta lista, que oficialmente se chama Academic Ranking of World Universities (ARWU), foram conhecidos na semana passada.

Nos primeiros dez lugares mantêm-se as mesmas universidades que ocupavam estas posições em 2017. Oito são dos Estados Unidos e duas do Reino Unido. A lista é encabeçada pela Universidade de Harvard, como, aliás, tem acontecido desde 2003, altura em que este ranking começou a ser feito.

Também as quatro universidades portuguesas que permanecem na lista das 500 “melhores” (Lisboa, Porto, Aveiro e Minho) mantêm a mesma posição do ano passado. A surpresa foi Coimbra, que entrou neste ranking em 2013 e agora ficou de fora.



Para a avaliação feita pela empresa de consultoria ShanghaiRanking Consultancy contam, entre outros factores, o número de antigos alunos e de professores contemplados com o prémio Nobel ou com as medalhas Fields, respeitantes à investigação em matemática, o número de artigos publicados nas revistas NatureScience, o número de citações de artigos científicos de investigadores das universidades e o desempenho per capita da universidade em todos estes indicadores.

Por comparação com 2017, a Universidade de Coimbra, que ocupava o último intervalo do ranking (401-500), desceu oito décimas no tópico respeitante ao número de publicações nas revistas atrás referidas e uma décima no indicador que avalia a performance per capita, tendo em conta o número de professores da instituição a tempo inteiro.

“Embora constitua sempre um sinal de preocupação, a oscilação registada é muito pequena e, por isso, estou convencido que está ao nosso alcance regressarmos, já no próximo ano, ao top 500”, disse ao PÚBLICO o reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, que, no entanto, se manifestou “surpreendido” pelo resultado.

Gabriel Silva atribui o afastamento da sua universidade a um fenómeno que se tem vindo a consolidar nos últimos tempos: “A entrada muito significativa das universidades asiáticas [nesta análise anual] que tem levado a que várias instituições norte-americanas e europeias percam um lugar entre as 500 melhores.” Só num ano, entre 2017 e 2018, entraram mais oito para a lista de Xangai, elevando para 106 o número de universidades asiáticas ali representadas.

A Europa continua a ser a região com mais universidades representadas no ranking de Xangai (195), logo seguida pelas Américas (167).

Apesar da superioridade numérica do continente europeu, são as universidades do outro lado do Atlântico, com destaque para as dos Estados Unidos, que ocupam metade dos primeiros 100 lugares do ranking. A Europa tem 34 universidades neste top 100, sendo oito do Reino Unido, o mais representado neste grupo.

Este ano, para além do tradicional ranking das 500 “melhores” do mundo que é sempre divulgado por esta altura, a ShanghaiRanking Consultancy disponibilizou ainda uma lista com as 500 que não entraram neste grupo: e lá estão as universidades de Coimbra e Nova de Lisboa, ambas no intervalo 501-600. Pode tudo ser consultado neste link do ARWU.