Não saber o que seguir é cada vez mais comum hoje em dia, o mercado de trabalho saturado, a pressão dos familiares e até as preferências pessoais podem fazer com que chegues à faculdade sem teres ideia absolutamente nenhuma do que estás a fazer e do que queres fazer no futuro. Na realidade a maioria das pessoas que chega ao primeiro ano da faculdade cai desamparada na realidade do ensino superior.
“As praxes ajudam, porque é que não tentas?” – sim, podem ajudar, mas nem toda a gente tem paciência para as fazer uma vez por semana; “Isso é agora no primeiro semestre” – talvez, mas se não gostar do primeiro, quais são realmente as probabilidades de gostar do próximo? “Mas agora já aí estás, vê se consegues acabar!” – ter um curso só por ter, queimar neurónios e montes de dinheiro por um pedaço de papel que dá mais raiva do que alegria não é propriamente produtivo.
Cada vez existem mais alunos a mudar de curso ou a desistir do ensino superior devido à exaustão, à pressão e ao descontentamento pessoal. As médias são demasiado altas, as notas demasiado baixas e parece que nada está ao nosso favor.
Terminou agora o primeiro semestre de muitos alunos e uma grande porção está provavelmente a pensar o mesmo que eu, “vou ter de mudar de curso”. Para alguns a mudança será fácil, já têm os exames feitos e estão decididos, basta pedir a ficha ENES e esperar. Para outros, não é tão linear, a necessidade de voltar à etapa anterior para repetir um exame ou fazer uma melhoria torna a mudança ainda mais assustadora.
Com amizades feitas e uc’s concluídas a realidade de começar de novo é aterrorizante, mas é algo que tem de ser feito por cada um se assim o decidirem. E sendo eu alguém que vai ter de passar de novo por esse processo, o melhor que tenho a dizer é boa sorte e lembra-te que nunca estás sozinho nesta decisão.
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Este texto faz parte de uma série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.
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