Universidade de Cambridge só vai ter aulas online no próximo ano letivo


A universidade está constantemente a adaptar-se às mudanças de recomendações à medida que surgem durante a pandemia. Como é provável que o distanciamento social continue a ser necessário, a universidade decidiu que não vai haver aulas presenciais durante o próximo ano letivo“, justificou um porta-voz.

As aulas vão ser dadas virtualmente, pela Internet, e fisicamente em pequenos grupos, desde que se possam ser respeitadas as regras de distanciamento social, decidiu a universidade centenária, uma das mais reputadas a nível internacional. 

“Esta decisão foi tomada agora para facilitar o planeamento, mas, como sempre, será revista caso haja alterações nas recomendações oficiais sobre o coronavírus“, acrescentou a mesma fonte.

Embora a Universidade de Manchester tenha anunciado no início deste mês que as aulas do primeiro semestre do próximo ano seriam todas ‘online’, a universidade de Cambridge é a primeira a determinar que o modelo vai ser aplicado no ano letivo inteiro. 

As universidades britânicas encerraram os edifícios em março, algumas antes do confinamento decretado pelo governo a 23 de março, e passaram todo o ensino e exames, incluindo cerimónias de formatura, para a Internet. 

O Governo de Boris Johnson anunciou na semana passada um plano para o levantamento gradual das restrições, que prevê a reabertura parcial de escolas primárias no início de junho, mas não deu orientações sobre o ensino superior. 

Na segunda-feira, a presidente executiva do regulador do ensino superior, Nicola Dandridge, exortou as universidades a mostrar “absoluta clareza” aos alunos sobre como os cursos serão organizados no próximo ano.

“O que não queremos ver são promessas de que vai tudo voltar ao normal, uma experiência de ‘campus’, e acabar por não acontecer”, afirmou, durante uma audição com uma comissão parlamentar. 

Mais de 400 mil pessoas subscreveram petições para pedir o reembolso total ou parcial das propinas, embora o governo tenha resolvido que as universidades em Inglaterra podem continuar a cobrar até 9.250 libras (10.356 euros) por ano, mesmo se as aulas forem dadas virtualmente. 

A potencial redução no número de alunos, sobretudo estrangeiros, que pagam propinas ainda mais elevadas, está a preocupar as universidades, que estão a pressionar o governo para injetar fundos para manter o funcionamento normal. 

De acordo com o balanço oficial de terça-feira, o Reino Unido registou durante a pandemia 248.818 pessoas infetadas, das quais 35.341 morreram, o segundo maior número de óbitos a nível mundial, atrás dos EUA.