A Universidade de Coimbra já tinha avançado no fim de 2022 que pretendia deixar de fazer exames em papel, avançando com um projecto-piloto de exames digitais. Após a realização de exames remotos em cursos b-learning, a instituição avança agora para o primeiro exame presencial digital.
A instituição refere que, no ano passado, já tinha realizado mais de 100 exames remotos em cursos b-learning, envolvendo quase 10.000 estudantes através da plataforma UC Exams. A novidade agora foi a passagem para exames presenciais digitais.
Depois do primeiro teste real no final de novembro na cadeira de Radiologia, ontem, 4 de janeiro, foi realizado um exame à mesma cadeira na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) com 160 estudantes.
“Construída para ser intuitiva e promover a autoaprendizagem, a plataforma permite que os estudantes comecem automaticamente a resolver os exames mesmo que nunca tenham contactado com a interface”, adianta a instituição numa notícia publicada no seu site.
Adiantam ainda que “durante o exame, os estudantes presentes conseguiram interagir de forma rápida e fácil com a plataforma, havendo apenas dois problemas de autenticação rapidamente resolvidos pela equipa da UC Framework.”
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O professor catedrático da FMUC, Filipe Caseiro Alves, precursor na utilização desta plataforma em contexto real e responsável pelo exame de Radiologia, aponta como vantagens a ferramenta ser “utilizada presencialmente e com elevado nível de segurança”, possibilitando a colocação de “gráficos e imagens com a qualidade resolutiva máxima”.
Os estudantes também reconhecem vantagens em realizar exames neste formato. “É fácil e rápido de entender”, refere Marta Delgado dos Santos, estudante de Medicina.
O Vice-Reitor da UC para os Recursos Humanos, Financeiros e Serviços de Ação Social, Luís Neves, explica que a “intenção é de conseguir tornar os exames mais eficientes do ponto de vista da celeridade da correção dos mesmos e também, obviamente, a desmaterialização, para evitar a quantidade de gasto de papel que tínhamos anualmente”.
Para o professor auxiliar da FDUC, João Pedro Rodrigues, que também irá fazer um piloto da solução, a grande vantagem “está na própria correção dos testes”, que é automática no caso de escolhas múltiplas e facilitada no caso de respostas escritas, uma vez que não implica “decifrar caligrafias muitas vezes ilegíveis”.
Considerando o piloto realizado na Faculdade de Medicina “concluído com sucesso”, Luís Neves adianta que agora é altura de “possibilitar esta tecnologia também para utilização de outras faculdades”, prevendo “uma progressiva adaptação desta nova forma de fazer exames em toda a Universidade”.