Universidade Nova de Lisboa terá campus no Egito


A Universidade Nova de Lisboa (NOVA) vai ser a primeira instituição de ensino superior portuguesa a abrir um campus no estrangeiro. A notícia publicada no jornal Expresso de hoje, adianta que os cinco cursos das faculdades de Economia e Gestão, Ciência e Tecnologia e Gestão de Informação serão dadas também nos arredores do Cairo. O arranque acontecerá já a partir partir do próximo ano letivo na região onde está a ser construída a nova capital do Egito.

Este novo projeto do Governo egípcio, para onde pretende mudar todos os ministérios, tem a expectativa que mais de seis milhões de pessoas vão viver para esta nova cidade que é para já conhecida como Nova Capital Administrativa.

O campus Nova Cairo vai instalar-se no The Knowledge Hub (TKH) Universities, um centro de instituições de ensino internacionais em expansão, localizado numa região onde há meia dúzia de anos nada mais havia além de areia e pedras. O TKH é gerido pela Elsewedy Education, subsidiária da multinacional Elsewedy Eletric, uma das maiores empresas de produtos e serviços na área da energia. Arrancou há três anos com uma parceria com a Universidade de Coventry (Reino Unido), contará a partir de 2022 com a UNL e futuramente com mais duas a quatro escolas estrangeiras. 

O acordo foi assinado terça-feira no TKH e onde estudam já 1500 estudantes, a grande maioria egípcios, em mais de uma dezena de cursos de Coventry. No caso da Nova, a oferta começará pelas licenciaturas em Gestão, Gestão de Informação, Engenharia e Gestão Industrial, Matemática Aplicada à Gestão de Risco e Engenharia do Ambiente, com um total de 700 vagas, e cuja acreditação pela Agência portuguesa de Acreditação do Ensino Superior teve de ser estendida aos cursos dados no Cairo. Os exames serão realizados no mesmo dia e à mesma hora que em Portugal. E quem concluir terá um diploma da Nova.

A diferença é que serão dados em inglês e integram um ano zero, que servirá para cimentar conhecimentos básicos para as áreas dos respetivos cursos e que incluirá um módulo chamado “Portugal Experience”, desenvolvido com a colaboração do Turismo de Portugal e do Instituto de Camões.

As propinas cobradas também serão substancialmente diferentes. Fixadas em €8 mil por ano (próximo do que é cobrado aos alunos internacionais que vão para estas faculdades da Nova), 10% revertem para a UNL. Mas se um aluno matriculado na Nova Cairo vier estudar para Portugal, a relação inverte-se.

O Egipto é um país com 110 milhões de habitantes, que cresce 2% ao ano e em que 40% têm menos de 16 anos. Só nos últimos cinco anos surgiram 20 universidades, incluindo estrangeiras, e cujo estabelecimento no país passou a ser regulado e estimulado por uma lei aprovada em 2018. Canadá, Alemanha e Reino Unido já o aproveitaram, Portugal será o próximo.