As universidades do Porto e de Lisboa concentram uma menor percentagem do número de bolseiros, segundo uma análise às bolsas de estudo atribuídas aos estudantes do ensino superior feita pela comissão independente que o Governo nomeou para avaliar o regime jurídico das instituições.
Esta análise mostra que existem “casos evidentes de falta de equidade no acesso” salientando que no ensino politécnico e instituições localizadas em zonas mais rurais o número de alunos apoiados é superior.
Tendo em conta esta análise ao sistema do ensino superior, verifica-se que a Universidade de Lisboa e a do Porto têm a menor percentagem de bolseiros, com 10,99% e 15,89%, respetivamente. Dessa forma, nota-se que “existem algumas instituições que exibem, claramente, um carácter de elitismo, nomeadamente da Área Metropolitana de Lisboa” e que a “UPorto exibe algum carácter de elitismo, nomeadamente em algumas faculdades, como Medicina, ICBAS, Medicina Dentária e Engenharia”.
De acordo com o mesmo estudo, estas percentagens mais baixas “podem ser resultantes de um nível salarial mais elevado ou da política de contenção das vagas nas instituições dos grandes aglomerados urbanos que torna mais difícil o acesso dos alunos de menores recursos”.
Em lado contrário, “verificam-se percentagens muito elevadas de bolseiros em zonas com uma componente rural forte”, como é o caso da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (30,06%), do Minho (27,92%) e da Beira Interior (24,76%).