Espanha, Portugal e Roménia ou Paris, Berlim, Espanha. Os itinerários propostos dentro da União Europeia são vários. Até ao final de 2019, alunos, professores e investigadores vão poder começar a estudar ou a ensinar num país, passar por outros e terminar num diferente. A iniciativa Universidades Europeias foi criada em novembro de 2017, mas as candidaturas estão a ser recebidas agora, segundo o jornal espanhol El País.
O projeto nasceu na Cimeira Social de Gotemburgo, na Suécia, em novembro de 2017, no âmbito da comemoração dos 30 anos do programa Erasmus – que até 2014 permitiu a 9 milhões de pessoas estudar, receber formação, ensinar ou fazer voluntariado noutro país. As universidades europeias estão a agora a organizar-se em grupos que abranjam estabelecimentos de ensino de pelo menos três países e têm até 28 de fevereiro para apresentar a sua candidatura ao projeto.
Serão escolhidos seis grupos para começarem a implementar o projeto até ao final de 2019. Os restantes poderão tentar novamente em 2020, quando abrir novo processo de candidaturas. A Comissão Europeia prevê a existência de 20 campus universitários transnacionais até 2024. No entanto, há já quem esteja disposto a avançar com a ideia mesmo que o seu grupo não seja selecionado para esta fase do projeto. É o caso da Universidade Autónoma de Madrid, cujo reitor já manifestou a intenção de implementar o programa haja o que houver.
O projeto tem um financiamento de 30 milhões de euros e prevê que os estudos feitos nos outros países sejam reconhecidos no país de origem.
“Agora que há dúvidas sobre o futuro da Europa, a melhor maneira de nos unirmos é partilharmos a cultura”, disse o reitor da Universidade Sapienza, em Roma, Eugenio Guadio, citado pelo El País, numa referência ao Brexit e ao aumento do discurso populista na Europa. Esta universidade faz parte do grupo Universidade Cívica Europeia, que inclui mais sete escolas de ensino superior.”Há 20 anos o processo de Bolonha criou um espaço de conhecimento europeu e agora temos de criar a Europa do futuro, não apenas financeira, mas também cultural”, reforçou o reitor.
Já foram feitas experiências com objetivos idênticos a este programa como por exemplo quatro mestrados partilhados entre as universidades do País Basco, em Espanha, e de Bordéus, em França. No entanto, este projeto da União Europeia é o mais ambicioso.
Até agora foram anunciadas seis candidaturas. Destas, há apenas um grupo que inclui uma universidade portuguesa – o Campus Europeu das Cidades Universitárias, que conta com a participação das Universidades de Salamanca (Espanha), de Coimbra (Portugal), de Alexandru Ioan Cuza, Iasi (Roménia), de Pavia (Itália), Poitiers (França) e Turku (Finlândia).