Ao atentarmos nos últimos anos reparamos que Portugal tem uma taxa elevada de jovens que terminam o ensino superior. Esta realidade não responde às necessidades do país, uma vez que metade dos jovens licenciados não é absorvido pelo mercado de trabalho.
Assim, compete ao governo e decisores políticos uma valorização e reestruturação do ensino superior de modo que os jovens tenham mais ferramentas ao longo da sua formação para fazerem face aos desafios do mundo laboral. O ensino superior apresenta-se como uma plataforma de formação e elevação dos jovens para conseguirem reunir condições e competências para liderar na sua área de aprendizagem, contudo este propósito tem ficado aquém das expectativas.
Face ao panorama de fundos europeus, o país deve aproveitar estes fundos para investir na investigação, ciência e inovação de modo a criar sinergias que beneficie o ensino superior. A aposta num ensino mais capaz, inovador, interventivo e munido de fundos, projetos internacionais que valorizem o seu propósito e o seu quadro de docentes e alunos. O foco das entidades decisoras deve passar por avaliar o sistema de ensino e investigação e direcioná-la em linha de desenvolvimento e resposta às necessidades do país e desafios globais, como as agendas climáticas, desigualdades sociais ou crises económicas.
Com esta visão mais estratégica de trabalhar a produção e investimento na ciência podemos fortalecer os que beneficiam do ensino superior, bem como os que ainda vão aceder ao mesmo. O cuidado com a digitalização do ensino superior ou o aumento do alojamento estudantil está diretamente relacionado com a valorização do ensino superior, assim como o seu investimento. Portanto, não devemos deixar que o sistema de ensino não seja reforçado pelas várias oportunidades internacionais que surgem, mas devemos incentivar a sua revitalização e inovação.
Neste sentido, num mundo repleto de desafios sociais, bélicos, não devemos esquecer o papel da formação superior e da potencialidade do seu impacto em transformações locais, globais entre professor, alunos e investigadores. Para tal, torna-se urgente dar atenção ao papel e estado do ensino superior em Portugal.
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Este texto faz parte de uma série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.
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