Quando entrei para a Universidade, não era minha intenção participar nas praxes. Contudo, todo o ambiente acolhedor que encontrei em Aveiro levou-me a experimentar.
Em Aveiro há tradições de praxe, ou melhor dizendo, de Faina, muito próprias. Foi enquanto Lama (que é como quem diz “caloira”) que vivi dos melhores momentos da minha vida ao longo de todas as fainas académicas, durante o primeiro ano. Foi com muito orgulho que pude brincar, gritar pelo curso até ficar sem voz e conhecer pessoas maravilhosas que tenho para sempre no meu coração. Foi também na Faina que pude ser acolhida pela minha patroa (vulgarmente chamada de “Madrinha”), bem como batizada pela mesma.
O ano passou e, num abrir e fechar de olhos, chegou a semana mais aguardada… a Semana Académica. Uma semana de muito trabalho e de muito empenho para decorar um carro e ensaiar uma coreografia para apresentar na tribuna. Num instante se passou a semana e, quando dei conta, estava em frente à tribuna para, mais uma vez, gritar pelo curso de que tanto me orgulho de fazer parte. Foram três minutos que separaram o “eu ser Lama” do “eu ser Moliça” … pois bem, passei a tribuna e tornei-me Moliça, passando a puder envergar o traje académico com um orgulho gigante que não se explica… sente-se. Os meses passaram, e eis que chega o dia da serenata, isto é, o dia em que coloco as insígnias (ou nós) na lapela direita do casaco. A primeira que coloquei foi o nó de azelha. Este é da cor do curso que frequentamos, e foi-me posto pela minha patroa. De seguida, uma amiga, que Aveiro muito generosamente colocou na minha vida, pôs-me o nó de coxim redondo verde, que é o nó de segunda matrícula e, foi neste momento, que passei de Moliça a Caniça, e foi a partir deste momento que passei a puder usar emblemas no gabão. O segundo ano foi recheado de coisas boas… pessoas novas que tive o privilégio de conhecer e que tenho o orgulho de as ter na minha vida. Chegou o dia do desfile académico e foi com muito orgulho que desfilei pela primeira vez trajada.
Agora, que o segundo ano está a acabar, olho para trás e sinto um orgulho gigante por puder ter vivido tudo isto. É com uma enorme certeza e orgulho que digo que ser praxado é do melhor que há na vida académica, isto quando há respeito quer da parte de quem praxa como da parte de quem é praxado. Somos todos iguais, e o respeito é fundamental para que haja bom ambiente na Faina Académica.
Para concluir, e sem me alongar muito mais, na medida em que poderia estar horas a falar da Faina e de tudo o que esta trouxe de positivo à minha vida, resta-me deixar um conselho a todos quantos leem este texto “Não se neguem a fazer praxe sem experimentarem primeiro. Não se deixem influenciar pelo que a comunicação social diariamente relata… participem, experimentem e, sobretudo, divirtam-se!”
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Este texto faz parte de uma série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.
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