Até um dia, Coimbra

Cheguei a Coimbra era ainda uma criança de 16 anos, algo raro por estas bandas. O medo era superado pela vontade de viver algo novo.

Cheguei, passei de paraquedista a caloira, e de caloira a pastrana. Nesta cidade conheci o sentimento que me acompanha desde que mudei de curso e de Academia. Dir-me-ão que todas as suas academias têm a sua tradição, tudo isso é verdade, e eu posso comprová-lo na nova vida que tenho. Mas se isto é verdade, também o é que quem passa por Coimbra não lhe fica indiferente.



Serenatas e semanas académicas há em todo lado, mas algo que não há é a saudade notória em cada fado durante a Serenata Monumental, em que são muitas as lágrimas, e não só dos finalistas. Também há lágrimas daqueles que, sabem que já têm saudades do que ainda não acabou. Passa-se a semana, e volta o estudo, acabam-se as noites infindáveis, acabam-se os dias em que o nascer do sol é acompanhado pelo Mondego, acaba-se mais um ano, mas a saudade de voltar essa nunca acaba, porque “segredos desta cidade, levo comigo para a vida”.

 

Mesmo estudando noutro local, muitos dirão que sou louca por querer regressar a Coimbra, mas este sentimento que trago não se pode mudar, tudo porque, sendo uma cidade com mais encanto na hora da despedida, após a partida para novas aventuras, ainda que o regresso possa estar anunciado, Coimbra, “amo-te com a força de quem não te quer ver partir”.

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Este texto faz parte de uma nova série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.

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