Avaliação no Ensino Superior: Como vou passar nesta cadeira?

A resposta à pergunta é sempre uma dor de cabeça quer seja aguda e rápida de encontrar ou crónica e persistente não é encontrada menos de 4, 5 ou 6 vezes por semestre dependendo do ano e curso em questão. O que a torna uma dor de cabeça não está só na matéria ou conteúdo da cadeira mas numa grande parte das vezes no método de avaliação em si.

A matéria repartida em 2 ou 3 capítulos cada um deles com um teste correspondente, as ditas “frequências”, exigem um estudo progressivo da matéria, ao longo do semestre (tal como qualquer professor manifesta interesse). Para os alunos estudiosos é associada à vantagem: dividem o seu tempo de forma equilibrada, estudam a matéria ao pormenor, compreendem e enquadram as aulas práticas na matéria avaliada e têm férias no final do semestre sem necessitar de recorrer a exame. Para os restantes alunos pode não significar nada (vão a exame e fica resolvida a questão) ou significar um incentivo extra ao estudo contínuo.



Em caso de exame único final, não há nenhum professor que dispense de solicitar aos alunos o estudo prolongado e tendo em vista a aquisição de conhecimentos aprofundados, a consulta do elemento da bibliografia mais longo para compreensão das aulas práticas e do enquadramento da respetiva cadeira no seu curso e futuro profissional. Não são raras as vezes que me pergunto: Como? Como podemos apreender de forma consolidada a matéria de 6 cadeiras cuja avaliação é compactada num mês por época (1afase ou 2afase). Considero que este sistema complica a aquisição de conhecimentos sólidos e aplicáveis na prática como o ensino superior deve proporcionar. Claro que também apresenta vantagens: é bom para as cadeiras que não gostamos, pois somos confrontados com elas apenas uma vez, mas é mau para cadeiras muito extensas, recheadas de pormenores ou com as quais nos identificamos.

 

Os exames orais são extremistas: excelentes para os contemplados com o dom camoniano da palavra e da argumentação e temíveis para os mais tímidos ou para aqueles onde a matéria não chegou ao córtex de forma completa e clara. De forma geral, carecem de critérios de avaliação objetivos e abundam em capacidade de avaliação frontal sem espaço para auxiliares de memória ou colegas do lado.

Não há um método de avaliação perfeito e universalmente aceite entre alunos, tão pouco haverá entre professores. Confesso o meu carinho pelas frequências, apesar de na minha faculdade elas não existirem entendo que se enquadram na estrutura e conteúdo da maioria das cadeiras, pelas razões anteriormente explicadas mas entendo que seja variável entre cursos e pessoas.

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Este texto faz parte de uma nova série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.

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