O alojamento para estudantes do ensino superior a custos regulados aumentou 4%, com mais 600 camas em relação ao ano letivo passado, segundo dados divulgados este sábado pelo Governo que apontam para quase 16 mil camas no país. No ano passado, havia alojamento a preços acessíveis para 15.370 estudantes e agora há resposta para 15.965 alunos, revela o gabinete do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior a pouco mais de uma semana de serem conhecidos os resultados das colocações dos estudantes que se candidataram ao ensino superior.
Nos últimos anos, o aumento gradual das rendas, em especial nas grandes cidades, devido à especulação imobiliária e ao turismo, forçou muitos alunos a abandonar o ensino superior por incapacidade financeira das famílias. As denúncias dos estudantes que alertaram para o drama de quem era confrontado com rendas de 400 e 500 euros levaram o Governo a lançar o Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES).
O objetivo do PNAES é ter mais 12 mil camas em todo o país nos próximos quatro anos e duplicar a oferta atual na próxima década: em 2030 deverá haver 30 mil camas a preços regulados. Neste momento, há mais 600 camas do que havia em 2018, resultado do trabalho das instituições de ensino superior e da colaboração das pousadas da juventude, infraestruturas militares, dioceses e misericórdias.
As duas cidades com maior população estudantil são as mais beneficiadas: no Porto existem agora mais 261 camas enquanto em Lisboa são mais 186, segundo números da tutela. Este crescimento “reflete um aumento inédito na oferta do alojamento para estudantes a preços regulados, designadamente de 19% no Porto e de 11% em Lisboa”. Porto tinha o ano passado 1.408 camas, enquanto Lisboa 1.727.