Hoje trago-te um tema bastante diferente dos habituais. Inteligência acima da média, Q.I. elevado, mini-Einstein… À primeira vista, estes sinónimos parecem descrever alguém bastante sortudo, um aluno que brilha sem qualquer esforço extra, um aluno popular que todos admiram correto? Errado!!!
Apesar de algumas desconfianças por parte de entidades profissionais, não te posso dizer que sou sobredotada. Na verdade, prefiro nem o saber pois os rótulos apenas colocam estigmas sociais sobre a nossa pessoa. Posso sim dizer, que sou uma pessoa que se interessa sobre o mundo ao seu redor, que adora estudar e tem alguma facilidade de aprendizagem em alguns temas. Desde cedo que sempre fui uma criança diferente. Nunca me interessei muito por criar interações sociais com pessoas da minha idade, sempre preferi os diálogos com pessoas mais velhas, mais conhecedoras do mundo, sempre sofri imenso com a ansiedade e lembro-me como se fosse ontem, de ficar no portão do jardim a chorar por ver a minha irmã a ir para a escola e eu não poder fazer o mesmo. Contudo, os meus pais sempre contornaram essas questões com aulas precoces em casa. E apesar destas diferenças, brinquei muito e tive uma infância bastante feliz e normal. Não, não sei tudo nem sou nenhum google humano, e sim, preciso de estudar como qualquer um. Sou uma pessoa igual às outras, apenas com interesses diferentes da maioria. Nem sempre fui assim, tive uma fase em que por incrível que possa parecer, não gostava das matérias nem de as estudar, mas rapidamente essa fase passou e a curiosidade passou a ser mais frequente e acentuada. Os meus principais interesses são a ciência, os animais, a tecnologia e claro a escrita. Adoro pensar sobre o mundo ao meu redor, sobre soluções eficazes de melhorar a vida de todos nós. Adoro séries como o “Dr.House”, “Pure Genius” ou mesmo “Sherlock Holmes”. Tudo o que for desafiante e inovador é bem-vindo.
A minha app preferida é sem dúvida a Tedx. Cada vez que vejo uma palestra, cresce dentro de mim o desejo de fazer algo semelhante. É enriquecedor ver que no mundo ainda existem pessoas interessadas pela descoberta e pela inovação.
Uma enorme facilidade que desde cedo se pronunciou na minha vida foi a escrita. Escrever e criar é sem dúvida uma das minhas atividades de eleição. Escrevo com imensa facilidade, é bastante fácil ter ideias novas. Muitos dizem que possuo algum talento nesta área e que deveria sem dúvida apostar nela, mas sinceramente, na minha opinião eu escrevo de forma bastante simples e normal. Não consigo ver nenhum talento especial nesta área, apenas tenho facilidade em estruturar as minhas ideias.
Esta minha facilidade de aprendizagem e curiosidade nem sempre me trouxe coisas boas.
Ter facilidade em adquirir conhecimento traz imensa pressão. Não só te sentes o centro das atenções como tens o peso de não falhar nem vacilar pois caso contrário, irão apontar-te o dedo. As dificuldades de interação também estão um pouco presentes, não é de todo confortável explicares um raciocínio e todos te olharem como se estivesses a explicar física quântica ou então com um ar reprovador “Who cares?”.
Contudo, acredito que a diferença não tem de ser algo encarado como negativo e apesar de tudo sou feliz e só me sinto confortável ao ser tal e qual como sou.
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Este texto faz parte de uma série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.
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