Voar, a eterna inveja e frustração que o Homem carrega no peito cada vez que vê um pássaro no céu. Durante toda a nossa vida aprendemos a fazer, mas a voar, não conseguimos. Talvez por nos afeiçoarmos demais aos lugares e às pessoas. Contudo, aprendemos que mesmo sem asas conseguimos voar e aí, começamos a perceber que poderíamos partir sem data para voltar.
Assim, falamos dos corajosos que deixaram as suas casas para estudar e sonhar com o futuro incrível que os espera, os corajosos que deixaram as suas cidades para aproveitar oportunidades que não aparecem duas vezes. Não, não estás sozinho. Há outros tantos como tu que tiveram de sair para aproveitar essas oportunidades únicas e que nos proporcionam tanto.
Posso dizer-vos que esta vida é um autêntico paradoxo, é ter o coração eternamente dividido. É chorar porque queríamos estar em casa, sem deixar de querer estar na cidade que escolhemos. É orgulharmo-nos desta escolha que nos oferece imensas oportunidades e que nos tira tantas outras. Vamos ter dias tão bons, dias em que vamos passar por momentos inesquecíveis onde vamos aprender e crescer tanto.
E, no fundo, a questão que paira tanto sobre a nossa cabeça é se algum dia vamos aprender. Se vamos aprender a conseguir ficar doente sem colo, a transformar um quarto vazio na nossa casa, a transformar colegas em amigos, a ser filho(a) longe de casa, a ver crianças crescerem por vídeos, a ser amigo através de mensagens e não de abraços como antigamente. Eu sei que não é fácil e, admiro cada um de vocês que passa por isto todos os dias. Mas se queremos lutar pelos nossos sonhos, temos de aprender a fazer escolhas, ainda que não sejam as mais fáceis. O destino é assim e, nós que saímos, que voltamos sem uma data prevista, não estamos livres do medo, mas de uma coisa tenho a certeza, estamos livres do medo de nunca termos tentado.
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Este texto faz parte de uma série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.
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