Caros colegas, quero-vos contar a minha história. Espero que vos dê esperança e força para cumprirem os vossos sonhos.
Tal como muitos de vocês o meu sonho era seguir medicina, mas como os milhares que ficaram de fora nas colocações, não consegui entrar no ano em que terminei o 12º ano. Com o medo de ficar um ano parada e falhar, decidi ir para outro curso de que também gostava muito, Ciências Farmacêuticas. Desvalorizei o assunto com os meus pais e amigos, porque não queria que soubessem como eu realmente me sentia – triste e insatisfeita comigo mesma. Durante esse ano, apaixonei-me pelas aulas práticas e pela química, mas sempre que pensava sobre medicina sentia uma enorme tristeza e vazio, um sonho nunca a ser realizado, que tinha de ser esquecido e posto de parte na esperança de vir a ser feliz ali.
Porém, tudo mudou quando saíram as notas dos últimos classificados em medicina, quando ia iniciar o meu segundo ano de faculdade. Com a minha nota de candidatura teria entrado. Se tivesse concorrido… Colegas, não queiram imaginar o sofrimento pelo qual passei, sabendo que poderia realizar o meu sonho mas não conseguiria por um enorme erro meu. Se não tivesse desistido do meu sonho, poderia tê-lo concretizado sem nenhum esforço. (Informo-vos que este foi o primeiro ano em que as médias de baixaram drasticamente e eu, caso as médias se mantivessem, não teria hipótese alguma).
Toda a minha perspectiva sobre o curso em que estava e sobre mim própria mudaram. Eu, afinal, tinha capacidades para estar em medicina. O que me faltava era confiança e vejo agora que fui fraca em não insistir nos meus desejos.
Foi após uma semana de sofrimento que decidi perseguir o meu sonho – depois de ter desistido dele durante um ano inteiro. Contudo, não podia apenas abandonar o meu curso – caso não conseguisse teria de permanecer lá. Sim, fiz as duas coisas, as cadeiras da faculdade e os exames nacionais que já tinham expirado.
Esse verão, mesmo antes de saber os resultados, foi já diferente de todos os outros. Podia até não entrar em medicina, mas tinha feito tudo o que podia e nunca iria olhar para o passado com arrependimento.
Quando descobri que entrei em medicina, tenho de admitir… Foi o dia mais feliz da minha vida.
Fui uma das últimas colocadas no país – apenas com uma média de candidatura de 17,35. Senti receio de não estar à altura do que me propunha, mas o empenho e dedicação de alguém que cumpre o seu sonho são inigualáveis. Hoje estou até acima da média e apercebi-me que as notas de candidatura muitas vezes não correspondem à realidade.
O meu conselho para ti é: nunca desistas. Mesmo que não consigas atingir o teu sonho deste o teu melhor e nunca te poderás arrepender isso.
Desejo a melhor sorte a todos vós.
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Este texto faz parte de uma nova série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.
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