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7 Dicas para sobreviver à escrita da dissertação


Olá a todos! Terminei recentemente o mestrado e com ele a escrita da dissertação e queria partilhar algumas dicas para ultrapassares esta etapa com calma e sucesso.

1.Pede ajuda na escolha do tema

O processo de escolha do tema tem de ter em conta vários fatores : a quantidade de bibliografia e fontes existentes sobre o tema (não pode ser algo que ja tenha sido estudado tal e qual da forma como o vais fazer, mas também não pode haver quase nada porque depois não tens como sustentar o trabalho, as fontes têm que estar na sua maioria acessíveis), a pertinência da questão ( tem que ser um tema que tenha “sumo” e que se consiga escrever o número limite de páginas sobre ele), o tempo que tens disponível para realizar a dissertação (se já trabalhas e não tens flexibilidade de horário, o melhor é escolheres um tema cujos recursos possam ser consultados online ou em livros que se possam requisitar na biblioteca da zona), o tempo em que queres terminar a dissertação, e o teu gosto pessoal

Acontece que  no meio de tudo isto fica difícil encontrar algo que reúna todas as condições, já para não falar que nós não temos noção de quanto demoram as coisas ou da pertinência dos temas.

O meu conselho seria pedires ajuda a um professor de confiança (que pode ou não vir a ser o orientador) para escolheres melhor a área que queres trabalhar. Atenção não sei se isto é possível em todas as faculdades mas podes sempre tentar informar-te.

 

2.Escolhe um tema que gostes e com o qual te identifiques

Parece óbvio , mas é algo que não é tão simples assim pelos motivos abordados no tópico anterior ,e, por tudo isso é que é importante a ajuda.

Claro que temos de ser flexíveis porque há temas que não têm “sumo”, mas é mesmo importante que o tema te diga alguma coisa porque é esse sentimento que te vai fazer aguentar todo o processo que, acredita, vai ser trabalhoso!

O meu conselho seria fazeres uma lista de temas na tua área que te interessem , que queiras saber mais e para os quais queiras contribuir e depois pedires ajuda para saber qual desses temas tem mais consistência e como o podes trabalhar.

3.Escolhe bem o orientador

Algo que sei que não é fácil e que é um grande golpe de sorte, mas é fulcral.

 

O orientador deverá ser uma pessoa que, como o próprio nome indica , te oriente em todo o processo, por isso tem que saber o suficiente sobre o teu tema e a forma de trabalhar para te poder ajudar em todas as dúvidas quer de procedimentos, porque afinal é a primeira vez que estás a fazer uma investigação e há muitos pormenores que te escapam  e precisas de alguém que note isso, quer de tempo porque te ajuda a  orientar quando é tempo de descansar ,quando é necessário trabalhar , se estás a ir depressa demais e podes abrandar ou se é melhor acelerar o ritmo..

Também  tem de ser alguém cuja forma de trabalhar seja semelhante à tua ou pelo menos que sejam parecidas para uma parte não acabar a exigir demais da outra, nem causar uma ansiedade desnecessária (por exemplo, imagina que és uma pessoa que precisa de mais acompanhamento ou queres fazer as coisas com antecedência e o orientador é alguém ocupado e que responde em cima da hora? Vai resultar em stress).

Por fim, ser alguém empático, com quem te identifiques, porque acredita , vai ser o teu maior apoio e este apoio pode ser a diferença entre acabares a dissertação ou desistires. Vi isso a acontecer.

4.Tem um horário /calendarização

Com tanto tempo e tanta coisa para fazer acabamos por nos perder e por vezes demorar muito numa tarefa, atrasar ou trabalhar rápido demais não respeitando o nosso tempo.

Por isso, é importante estabelecer uma calendarização, pequenos prazos acordados entre o aluno e o orientador sobre quando determinada tarefa deve estar feita.

É importante que esses prazos sejam realistas ,mas não demasiado rígidos porque por vezes as tarefas demostram-se mais demoradas do que pareciam inicialmente ou simplesmente não estás sempre na tua melhor energia e as coisas não foram tão rápidas como estavas à espera o que é normal. Por isso aconselho a teres  uma margem de manobra , por exemplo “tenho que acabar este capítulo até ao final de maio ou o mais tardar na segunda semana de junho”.

É também necessário que acordes contigo próprio quantas horas vais trabalhar na dissertação por dia e, caso seja a única atividade que estás a fazer ,estipular um horário em que marcas a que horas começas a tratar da dissertação e quando paras e vais tratar de outro assunto para criar disciplina. Embora nem sempre se consiga cumprir estes planos à risca e está tudo bem com isso, desde que no fim se consiga chegar ao resultado pretendido, a calendarização ajuda-te a teres um rumo e uma rotina de trabalho.

Aquilo que para mim considero mais importante é a flexibilidade, vai haver alturas em que os prazos estão mais apertados e é necessário dedicar mais horas do dia e mais dias ao trabalho, mas em outras alturas podes ir trabalhando mais espaçadamente. Já para não falar que a calendarização deve também contar com tempo para descansar , que é necessário para que estejas com energia e motivação para as próximas etapas.

Em resumo, através da calendarização podes ter uma noção de quanto tempo tens para fazer as tarefas e alternar períodos de trabalho intenso com descanso e o horário permite orientar o trabalho sem te sentires perdido.

5.Não escrevas por ordem

Isto foi algo que eu nunca tinha feito mas que na escrita da dissertação se revelou importante para me manter motivada .

Imagina que tens os capítulos  1, 2, 3 e 4 para fazer e que por acaso o capítulo 2, requer muito mais trabalho e aprofundamento e a informação para o três já está devidamente tratada . Nesse caso é melhor escrever primeiro o 3 , vais adiantando trabalho e depois voltas ao 2. Desta forma vais ter sempre algo escrito , o trabalho vai avançando e essa sensação de já teres algo escrito dá-te motivação para continuar.

A única dica que dou para organizar as ideias é começar pelo índice, depois introdução  seguindo-se a revisão de literatura /estado da arte. Os restantes capítulos não importa a ordem e no fim de tudo a conclusão e no final de tudo escrito voltar ao índice, introdução e revisão de literatura para ver se é necessário alterar algo.

6.Tem uma atividade paralela

Esta já não é novidade nem opção para muitos trabalhadores estudantes que durante todo o percurso académico tiveram que conciliar o trabalho com os estudos . Antes de mais o meu aplauso porque não é nada fácil e vocês têm conseguido e têm de estar muito orgulhosos.

Agora se até aqui apenas estudaste  aconselho que nesta fase como ficas sem aulas e tens mais tempo podes e deves aproveitar para outras atividades quer seja part-time, full-time , estágio ou voluntariado.

Vai ser muito o tempo em roda de um só trabalho que vai consumir muito energia e teres algo mais em que pensar(dentro dos limites) vai ajudar a manter a sanidade. Eu trabalhava em part-time ao mesmo tempo que escrevi a dissertação e digo-te que houve muitos dias de neura, que não consegui fazer nada relacionado com a dissertação e que foi o ir ao trabalho que me fez chegar ao fim do dia com a sensação de dia produtivo. Esta dualidade ajudava também a equilibrar porque em dias em que a dissertação me parecia um desafio enorme , o trabalho ajudava-me a ver que havia vida para além daquilo, e em dias que o trabalho era mais cansativo, a dissertação lembrava -me que havia algo mais.

7.Tira tempo para ti

Para além de tudo aquilo que já foi mencionado é importante que não te esqueças de ti , nem de fazer coisas que te façam feliz e te ajudem a desanuviar.

Passeios com amigos, estar com família, ir ao cinema, ao ginásio, ler um livro, simplesmente existir. Como já foi falado vai existir alturas mais ocupadas do que outras e com a ajuda da calendarização e do horário podes organizar os teus dias em momentos de trabalho e de lazer. De vez em quando se vires que tens tempo não há mal nenhum em passar um fim de semana sem fazer nada .

Espero que estas dicas te sejam úteis e que acabes a tua dissertação com sucesso!

Um grande abraço e muita sorte para este sprint final.

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Este texto faz parte de uma série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.

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