Direito e Economia são as licenciaturas mais escolhidas pelos novos ministros

O primeiro-ministro, António Costa (C-E), ladeado pela ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva (C-D), preside à primeira reunião do Conselho de Ministros do XXIII Governo, no Palácio da Ajuda, em Lisboa, 31 de março de 2022. JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

De que universidades e cursos vêm os nossos ministros? Uma análise aos currículos do novo executivo revela que o local onde estudaram mais ministros foi a Universidade de Lisboa, seguida pelo ISCTE e pela Universidade de Coimbra. Quanto aos cursos escolhidos, predomina a Economia e o Direito.

O próximo Governo será composto por 17 ministros, nove dos quais já estudaram numa das faculdades da Universidade de Lisboa. O Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa (ISEG) formou Pedro Nuno Santos (Infraestruturas e Habitação) e Duarte Cordeiro (Ambiente e da Ação Climática) em Economia, sendo também o local escolhido por Fernando Medina (Finanças) para um mestrado em Sociologia Económica. Direito é também um dos temas predominantes entre os ministros, sendo que duas passaram pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa: Ana Mendes Godinho (Trabalho e Segurança Social) e Ana Catarina Mendes (Assuntos Parlamentares). A este grupo junta-se também o primeiro-ministro, António Costa, que lá se licenciou em Ciências Jurídico-Políticas. António Costa Silva (Economia e do Mar) é Licenciado em Engenharia de Minas e Doutor em em Engenharia de Reservatórios Petrolíferos pelo Instituto Superior Técnico e o Ministro da Educação, João Costa, é licenciado em Linguística pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Finalmente, José Luís Carneiro (Administração Interna) é licenciado em Relações Internacionais, Mestre em Estudos Africanos e concluiu a parte escolar do doutoramento em Ciência Política e Administração no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. 

Também deste elenco cinco já estudaram no ISCTE. Três — Mariana Vieira da Silva (Presidência), Helena Carreiras (Defesa) e Pedro Adão e Silva (Cultura) — tiraram a licenciatura em sociologia, enquanto Ana Catarina Mendes (Assuntos Parlamentares) concluiu a parte curricular do mestrado em Novas Fronteiras do Direito e Duarte Cordeiro (Ambiente) é pós-graduado em Direção Empresarial.

Outros quatro também passaram pelas faculdades da Universidade de Coimbra. Na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra estudaram Catarina Sarmento e Castro (Justiça) e Marta Temido, que apesar de ter um currículo mais focado na Saúde começou a sua formação em Direito, nesta instituição. Já a Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra recebeu Ana Abrunhosa (Coesão Territorial), que se formou em Economia, e também Marta Temido, que fez lá o mestrado em Gestão e Economia da Saúde. A quarta ministra que passou pela cidade dos estudantes foi Maria do Céu Antunes (Agricultura e Alimentação), que é licenciada em Bioquímica pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.

 

É de notar ainda que alguns ministros escolheram também instituições internacionais. João Cravinho, que vai transitar da Defesa para os Negócios Estrangeiros, é doutorado em Ciência Política, pela Universidade de Oxford, e com mestrado e licenciatura pela London School of Economics, segundo a nota curricular disponibilizada pelo Governo. É, inclusive, o único que não tem qualquer formação numa universidade portuguesa.

Já Helena Carreiras e Pedro Adão e Silva andaram ambos no Instituto Universitário Europeu em Florença, para se doutorar em Ciências Sociais e Políticas. E António Costa Silva é mestre em Engenharia de Petróleos pelo Imperial College (Universidade de Londres), sendo o seu doutoramento em Engenharia de Reservatórios Petrolíferos uma colaboração entre o Instituto Superior Técnico e o Imperial College.

Nenhum dos 17 ministros tem qualquer formação realizada numa instituição do ensino superior politécnico, nem numa universidade que não esteja localizada em Coimbra, no Porto ou em Lisboa. Foi identificada formação realizada em instituições de ensino superior privado por dois membros do governo.

 

Olhando para as áreas de formação na licenciatura, Direito encontra-se no topo, com quatro ministros (mais o primeiro-ministro) a optar por este tópico. Segue-se Economia, que foi a escolha também de cinco ministros, e finalmente Sociologia, tema no qual três governantes se formaram. Outras licenciaturas representadas, com um ministro cada, são Bioquímica, Linguística, Física e Engenharia de Materiais, Engenharia de Minas e Relações Internacionais.

Podes consultar em detalhe o currículo de cada membro do Governo neste site