Estudar línguas é fácil?


Wowowowow hold on! Calmez-vous!

Já está na hora de acabar com este mito! Se és estudante de línguas tal como eu, provavelmente já ouviste um conhecido teu de outra área completamente diferente a dizer: “ah, o teu curso é fácil”. Pessoal… Lá por o nosso curso não envolver ciência nem matemática, não quer dizer que seja fácil! Não se deixem iludir pela ausência de números. As letras também podem dar muitas dores de cabeça quando querem.

Muito sinceramente, sou da opinião de que todos os cursos tem o seu grau de dificuldade. Sabem, há sempre aquela cadeira aborrecida em que manter os olhos abertos durante apenas dez minutos já é uma vitória. Aquela cadeira em que se contam mais os que vão a exame ou recurso do que os que conseguem passar. Toda a gente a tem! Nós, o pessoal de línguas também a temos!

Depois também há a questão de gostos e interesses. No meu caso, sempre me voltei para as letras e adoro o meu curso, logo sinto-me motivada para continuar. O que aconteceria se obrigassem um aluno que despreza outras culturas, que não tenta entender o que é dito nas séries americanas sem usar legendas, e que não tem o mínimo interesse em aprender uma língua nova, a ler 20 páginas de uma qualquer obra sobre la historie de France na língua em questão? Não se sentiria motivado para o começar a ler sequer. O mesmo aconteceria se me obrigassem a assistir a um seminário sobre saúde. Tudo se torna mais difícil quando a vontade é pouca.

 

Outro facto crucial que gostaria de mencionar neste texto é que o inglês da faculdade NÃO É IGUAL AO DO 12º! A teoria gramatical e linguística tem tanta ou até mais importância que a prática. O importante não é só falar e escrever. Tens de saber a teoria que está na base da língua. Sem bases, tudo o resto descamba tal como a tua vida académica se não estudares o que está por detrás de uma simples verb tense. Detalhes como a pronúncia são objeto de avaliação. Não venhas cá com os “tanks” e os “des”. Agora… A cereja no topo do bolo: o português não deve de modo algum ser falado nas aulas nem usado para perceber o significado de uma frase ou palavra. Esqueçam lá os dicionários de português-inglês, inglês-português e o Google tradutor. Agora é a sério!

Para concluir, não tens que te fazer de mártir. Se pensares bem no assunto, somos todos estudantes do ensino superior. Todos passamos por maus momentos ao longo do semestre não importa se estudamos gestão, línguas, desporto, sociologia… Afinal de contas, um universitário também chora.

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Este texto faz parte de uma série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.

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