Depois de ter sido avançado que o Governo estaria a ponderar a mudança para o ensino à distância nas universidades e politécnicos, o ministro Manuel Heitor veio a público afastar essa hipótese.
O Observador adiantou na terça-feira que o Governo estaria a “ponderar fechar as universidades e os institutos politécnicos”, que estão a demonstrar ser um local forte de contágio.
No entanto, esta quarta-feira, o ministro da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Manuel Heitor, disse, em declarações à RTP, que confinar as instituições “não resolve a situação” pandémica, reiterando que os estabelecimentos de ensino superior são todos “de alta segurança”.
“As instituições de ensino superior são certamente hoje das instituições mais seguras, e os números são bem claros: na Covilhã, em Coimbra, Aveiro, no Porto, no Minho, Lisboa, Évora, em todas veem-se ambientes de alta segurança e os números assim o confirmam”, disse o governante.
Manuel Heitor disse que “os períodos de contágio que não estão dentro das instituições, não é confinar as instituições de ensino superior que resolve”.
Desta forma, o ministro está alinhado com o Presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior, Gonçalo Leite Velho, que admitiu, em entrevista à Rádio Observador, ver com “estranheza” esta intenção do Governo.
“Não conhecemos nenhum estudo que indicie a questão do aumento dos contágios dentro do ambiente universitário. Antes pelo contrário”, referiu.
Leite Velho garantiu que que os “professores estão a fazer aquilo que lhes compete” – manter o ensino presencial – e que os professores estão preocupados com a saúde pública, mas sobretudo com a qualidade do ensino.
Esta terça-feira, durante as reuniões com os partidos em Belém, Marcelo Rebelo de Sousa informou os deputados de que encerrar universidades e politécnicos era uma possibilidade que o Governo tinha em cima da mesa. No entanto, o plano não está ainda fechado.
É só este sábado (em hora a definir) que o Governo vai anunciar ao país as medidas que vão vigorar na próxima fase do estado de emergência. Para já só há “cenários” em aberto, disse o gabinete do primeiro-ministro em comunicado enviado às redações, depois de várias notícias terem vindo a público com hipóteses de medidas avançadas pelo Presidente da República aos partidos nas audições que decorreram terça e quarta-feira em Belém.