Salário de licenciados é 42% superior aos que têm só o ensino secundário

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O salário dos jovens licenciados é, em média, 42% superior ao dos jovens que têm apenas o ensino secundário, revelou a Fundação José Neves no “Guia para jovens e pais: como escolher o que estudar?”.

De acordo com os dados, relativos a 2018 e a jovens entre os 25 e os 34 anos, quem completa o ensino superior tem maior probabilidade de estar empregado e salários mais elevados.

“Este indicador não é exclusivo para os licenciados. Também aqueles que terminaram cursos do pós-secundário, ou cursos Técnicos Superiores Profissionais, têm ganhos salariais superiores em cerca de 10% face aos do ensino secundário”, refere o comunicado enviado.

Segundo o guia, “as áreas do ensino superior com salários médios mais elevados são Ciências Empresariais; Engenharia e técnicas afins; Informática; Matemática e Estatística e Saúde”.

 

“Há menor risco de desemprego nos primeiros anos após a formação nas áreas das Ciências da vida; Engenharia e técnicas afins; Informática; Matemática e Estatística e Saúde. Noutro âmbito, é menor o risco de trabalhar em profissões que exigem qualificações mais baixas nas áreas da Arquitetura e Construção; Ciências veterinárias; Engenharia e técnicas afins; Informática e Saúde”, lê-se na nota.

De acordo com o guia, as desigualdades sociais têm a um peso muito relevante no percurso educativo, existindo uma “relação entre o perfil socioeconómico (em particular a formação dos pais e os rendimentos do agregado familiar) e as probabilidades de sucesso escolar” demonstrada por inúmeros estudos. “E todos constatam que quanto mais desfavorecido for o contexto familiar, maior o risco de insucesso escolar”, refere o comunicado, que indica que, entre os países da OCDE, Portugal aparece como um dos que esse perfil socioeconómico mais condiciona as expectativas e as escolhas educativas dos alunos.

Os jovens mais favorecidos têm uma maior expetativa de concluir o ensino superior do que os jovens desfavorecidos e Portugal é um dos países da OCDE onde esta diferença é maior. Uma diferença de 43 pontos percentuais, que fica acima da média da OCDE (35%) e de outros países europeus como Espanha (26%) ou França (20%).

 

O guia refere que as “presenciais às instituições de ensino têm forte influência e são consideradas por muitos (principalmente os mais novos) como a fonte principal de informação” sobre a escolha do curso superior.

O documento deixa ainda seis recomendações aos jovens para ajudar na escolha do curso a seguir: não deixar que a incerteza seja uma força de bloqueio; analisar vários fatores e não afunilar a decisão; obter informação e rever expetativas; recorrer a informação oficial e fidedigna; evitar os atalhos; não hesitar em pedir ajuda. Para os pais as recomendações são complementares: estarem sempre disponíveis; informarem-se; mobilizarem as redes de contactos; potenciarem visitas a instituições ou a feiras sobre ofertas educativas; confiarem e darem autonomia aos seus filhos.