A verdade é que a fase de transição para a universidade é dos momentos mais emocionalmente culminantes das nossas vidas.
O 12. ano é passado praticamente a contemplar todas as opções que nos são fornecidas. Para onde ir? O que escolher?
Quando vêm os exames nacionais, vem a ansiedade. À medida que se escreve o nome na folha de exame, apercebemo-nos: “é agora”. Agora todo o meu futuro vai ter um novo rumo, um que eu própria posso traçar, da forma que eu quero, formulado às minhas medidas.
E aí vem a 2. Fase. Para quem não foi tão afortunado, como eu, a segunda fase dos exames é dos momentos mais assustadores que vivi. “É a minha última oportunidade”, e de facto, é. Ninguém pode negar que o pensamento de ficar mais um ano a fazer o mesmo, enquanto vemos todos a seguir em frente não é, no mínimo, devastador.
Para quem passou aos exames, à primeira, à segunda, 2 anos depois ou até mais, e segue o sonho de obter uma matrícula universitária, tomando de tudo isso o melhor que a universidade tem para dar, parabéns.
Não posso, no entanto, deixar de partilhar uma experiência como a minha, que acredito que muitos outros são dela empáticos.
A universidade não foi, (nem é) como muitos dizem “das melhores experiências da minha vida”. Na verdade, o ainda pequeno percurso académico que levo, é um autêntico pesadelo.
Quer queira quer não, o facto de não ter participado na praxe afetou a minha integração social a um nível um tanto preocupante. De 2 amigos que fiz, vejo agora essa relação desmoronar, como tudo o resto que aqui vivo. Podemos pensar que a vida está contra nós, e que a culpa é do destino. Nada disso é totalmente certo. O que é certo, é que há pessoas que adoram a sua vida universitária, e há outras que a detestam.
Passar por toda uma imensidão de stress e ansiedade culminante, correr contra o vento, apenas para a porta do nosso futuro revelar ainda mais momentos de tortura.
Quero mostrar, não aos estudantes que partilham desta fúria, mas aos que vivem os melhores anos das suas vidas, que nem tudo é perfeito. Há estudantes que se sentem deprimidos, ansiosos, com receio de tudo, e até mesmo suicidas.
Por isso, partilho aqui o meu caso, em que nem um bom percurso académico tenho, (pois não me sinto no curso correto) nem uma miserável vida social consigo manter.
O importante, é que cada um se esforce ao máximo para tomar o maior proveito que a vida universitária nos facilita. Se alguém é um caso falhado, que não vê mais alguma volta a dar à situação, peço apenas que aqueles que estão integrados, que aproveitam bem as glórias de uma vida de loucura independente: ajudem. Da mesma forma que foram postos à vontade pelos vossos doutores, amigos, etc. Ajudem quem não tem esses meios e oportunidades.
O mais gratificante (e assustador) é que podem salvar uma vida.
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Este texto faz parte de uma nova série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.
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