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Universidades distantes, corações unidos

Na procura do nosso sonho, ele não se desfaz: essa é base de qualquer ambição, se a convicção é maior do que tudo o que nos faz cair – e se essa convicção leva a uma separação física de alguém que nos preenche, haverá algo que nos une?

É uma difícil escolha. Escolha necessária. Escolha que não leva uma relação, de afeto, carinho, amor, paixão, sei lá, a quebrar. Porque, verdadeiramente, o amor persiste no tempo e não no espaço. Esse espaço até pode ser inexistente, pela distância que nos devia desunir, em prol do nosso futuro. Podemos julgar que, sim, parte do nosso “curso” é a nossa constante aprendizagem de nos reinventarmos, de mantermos a “chama” na amargura da ausência de cada um de nós. É uma grande lição, um permanente desafio a tudo o que nos uniu. Unidos, embora distantes, é um desejo que reforça a esperança.



O que nos resta? Mensagens, de romance infindável, poesia inspiradora, vozes de cansaço de um longo dia de Universidade. Frustrações que são partilhadas, por uma linha telefónica, que prende o nosso coração, sufoca. Queremos mais! Até questionamos qual seja a prioridade: ou o futuro de cada um de nós ou o nosso futuro, juntos, com apoio de um beijo carnudo ou um abraço caloroso.

 

Penso em desistir, em abdicar do meu futuro para me dedicar ao teu. Criar condições para que, claramente, te sintas realizada. É a loucura em que se tenta incorrer. Será loucura haver semelhante união pela distância que nos desune? O amor é isso, mesmo platonicamente, sentir sem tocar, sem ouvir os nossos suspiros, porque imaginamos… A imaginação leva-nos a amar nestas condições. É isso, arquitetamos, no nosso imaginário, que amanhã possamos estar juntos, sabendo à priori que no dia seguinte temos a obrigação de estudar em livros e apontamentos diferentes, em locais distintos. Não é o destino, é uma fase. Por mais cliché que se torne, as fases desvanecessem-se no tempo. Mas o sentimento, verdadeiro, não. E amamos, assim.

 

Desabafo pessoal, na esperança de que muitos estudantes se revejam em igual situação. 

Principalmente, para a luz do meu dia, em estilo de dedicatória ou prova, do meu amor. Amor que não se esquece. Amor que se sente. Sentir a amar.

 

Pensar a amar. Só contigo. Amo-te, Cat.

Nuno Abreu

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Este texto faz parte de uma série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.

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