Vontade do Governo é não fechar as escolas, não sendo claro se acontecerá o mesmo no ensino superior

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O primeiro-ministro, António Costa, lembrou nesta segunda-feira que o Governo tem vindo a “deixar bem claro” nos últimos dias que “há uma grande probabilidade de se decretar algo muito próximo do que Portugal teve no primeiro confinamento, em Março e Abril do ano passado”. Nesse sentido, aconselhou os portugueses a irem “preparando a adopção dessas medidas”.

Sobre o encerramento das escolas, e recusando-se a antecipar o teor das decisões finais” a tomar pelo Governo na quarta-feira, no âmbito da regulamentação do novo decreto presidencial de prorrogação do estado de emergência em Portugal, o primeiro-ministro admitiu que “a posição mais consolidada por parte dos peritos não aponta para o encerramento dos estabelecimentos escolares” e que “a vontade do executivo é que a actividade escolar possa decorrer dentro da normalidade”.

“O calendário de tomada de decisão é institucionalmente complexo, mas vamos cumpri-lo na máxima velocidade”, garantiu o primeiro-ministro no Palácio de São Bento, após um encontro com o seu homólogo grego. António Costa recusou ainda que as medidas anunciadas nos próximos dias sejam tardias face à evolução da pandemia. “Se tivéssemos avançado mais cedo com as medidas, teríamos feito seguramente pior, porque teriam sido decisões tomadas com base em informação insuficiente”, justificou. “Tivemos a primeira vaga, tivemos a segunda vaga e agora estamos seguramente a ter a terceira vaga”, afirmou o primeiro-ministro.

“Temos tido um critério: actuar sempre em função de qual é a realidade. Sempre que podemos abrir, abrimos, sempre que temos de fechar, fechamos. É assim que temos feito desde Março: gerir o desafio de controlar a pandemia e proteger o emprego e o rendimento das famílias”, disse ainda.

 

Embora o governo pretenda deixar as aulas de fora de um novo confinamento, não foi avançado se o ensino superior estará incluído. Os politécnicos ainda não foram ouvidos pela Tutela relativamente a um possível confinamento, segundo as declarações de Pedro Dominguinhos, presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, à TSF. O responsável defende que os politécnicos não têm sido fontes de contágio devido à forma como as aulas têm sido organizadas. “A forma como organizámos os horários vai nesse sentido. As instituições têm dias para aulas online e outros para as aulas presenciais.”

Adianta também que não será muito difícil impor o confinamento nesta altura, já que “algumas instituições já estão em período de exame e outras vão entrar em período de exames esta semana ou nas próximas duas semanas”. O mesmo se passa nas universidades, com o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, António Sousa Pereira, a considerar que “não será um problema, porque os estudantes universitários estão em casa a estudar”.