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Já conheces o passe de comboio por 20 euros? Explicamos como funciona o Passe Ferroviário Verde

O Passe Ferroviário Verde é uma medida construída no âmbito do que o Governo designou “Pacote Mobilidade Verde”. Foi apresentado em outubro de 2024 e entrou em vigor no dia 21 de outubro de 2024.

Tem por objetivo tornar mais acessível o transporte ferroviário, reduzir os custos para quem viaja, apoiar a mobilidade sustentável, e diminuir o uso de veículos privados.

Quem pode usar / beneficiar

Aqui vão os principais grupos para quem este passe é vantajoso:

  • Residentes em Portugal.
  • Estudantes / jovens no geral, especialmente se fazem muitas deslocações. O facto de seres estudante pode dar benefícios adicionais, por exemplo no custo do cartão CP.
  • Também há medidas separadas de passe gratuito para jovens até aos 23 anos, independentemente de serem estudantes ou não.

Quais serviços de comboio são cobertos

O Passe Ferroviário Verde permite viajar em:

  • Serviços Intercidades em segunda classe (com reserva obrigatória de lugar).
  • Comboios Regionais e Inter-Regionais.
  • Comboios urbanos de Coimbra.
  • Em Lisboa e Porto, apenas nos urbanos fora da área metropolitana ou em percursos que não estejam sob o passe intermodal Navegante / Andante. Exemplo: Carregado-Azambuja, ou nos casos do Porto algumas linhas fora da AM.

O passe não é válido:

  • Nos serviços Alfa Pendular.
  • No serviço Internacional Celta.
  • Na 1.ª classe dos Intercidades e Inter-Regionais.

Preços e validade

  • O custo base do passe mensal é de 20 euros para 30 dias consecutivos.
  • Também existe para 60 dias (40 euros) e 90 dias (60 euros).
  • O passe é carregado num Cartão CP. Este cartão custa 6 euros, mas há redução para estudantes: custa 3 euros.

Como usar no dia-a-dia (passo a passo)

Aqui vai um guia prático, para quem vai usar frequentemente:

 
  1. Obter o Cartão CP. Se ainda não tens, precisas de pedir o cartão na bilheteira de uma estação da CP ou usar as máquinas próprias. Paga o valor correspondente (6 € ou 3 € se fores estudante).
  2. Carregar o Passe Ferroviário Verde no Cartão CP. Depois, carregas o passe (30, 60 ou 90 dias) no Cartão CP. Este será o título de transporte que usarás.
  3. Reservas para Intercidades. Se quiseres usar Intercidades, deves fazer uma reserva de lugar com antecedência máxima de 24 horas. Esta reserva pode ser feita nas bilheteiras da CP ou nas Máquinas de Venda Automática (nas estações metropolitanas de Lisboa, por exemplo). Em breve, também será possível fazer isso online ou pela app da CP.
  4. Viagens Urbanas / Regionais. Para os comboios regionais, inter-regionais ou urbanos incluídos, não tens de fazer reserva de lugar – o passe dá acesso direto. Só tens de garantir que o título está carregado e válido.
  5. Verificar os trajetos incluídos / exclusões. Confirma sempre se o teu percurso entra nos serviços cobertos pelo passe. Por exemplo, dentro da área metropolitana de Lisboa ou Porto pode haver segmentos que não sejam cobertos pelo Ferroviário Verde, se já existirem passes intermodais.
  6. Evitar coimas. Se entrares num comboio ou linha para a qual o passe não serve, ou usar o serviço errado (como Alfa Pendular ou 1ª classe nos IC), corres o risco de ser considerado sem título de transporte. Isso pode levar a coimas.

Benefícios práticos para estudantes / quem viaja muito

  • Redução significativa nos custos mensais, especialmente para quem faz várias viagens Intercidades ou regionais. Em muitos casos, gastas menos com o passe do que com bilhetes ocasionais.
  • Mais previsibilidade de despesas: sabes que vais pagar, por exemplo, 20 euros por mês (ou 40/60 se optares por prazos mais longos).
  • Maior acessibilidade aos serviços ferroviários: mais gente pode deslocar-se com comboio graças à medida.
  • Incentivo ao uso de transporte público, o que tem impacto ambiental positivo.

Limitações / o que ainda pode melhorar

  • A necessidade de reserva de lugar nos Intercidades com antecedência máxima de 24 horas pode ser um embaraço para quem decide viajar em cima da hora.
  • O facto de não ser válido para determinados serviços (Alfa Pendular, 1ª classe, ou percursos urbanos dentro de áreas metropolitanas cobertas por outras redes) exige alguma atenção para não “apanhar” combinações que deixam de fora do passe.
  • Infraestruturas de apoio (bilheteiras, máquinas automáticas, app, site) precisam de estar bem funcionais para que o processo seja simples. Qualquer falha ou limitação pode gerar frustrações.
  • Informação clara: os utilizadores precisam de saber exatamente quais trajetos são aceites, onde fazer reservas, onde carregar o passe, etc.

Conclusão

Passado quase um ano desde o lançamento, o Passe Ferroviário Verde representa uma mudança importante no sistema de transportes em Portugal, especialmente para estudantes ou pessoas que dependem de comboios para deslocações frequentes. O seu valor reside em tornar o transporte ferroviário mais acessível, previsível e sustentável.

Se fores estudante ou alguém que se desloca bastante, vale muito a pena verificar se os teus trajetos se encaixam no que o passe oferece — e aproveitar ao máximo os benefícios, evitando surpresas.