“Perdi o controlo” – é o pensamento que me surge diariamente nos últimos tempos.
Sempre fui muito certa das minhas decisões. Sabia onde queria ir e como haveria de lá chegar. Tudo planeado ao pormenor. Estava a correr tão bem.
Tinha os meus amigos a meu lado, estava na minha escola (digo “minha” porque estive lá tempo suficiente para a considerar como tal) e as notas eram bastante boas.
Gostava tanto de chegar a casa e saber exatamente o que fazer. A matéria estava sempre em ordem e os trabalhos jamais ficavam por entregar.
Acho que toda a gente percebia como eu estava feliz. Obviamente que a minha vida não era um mar de rosas, mas o meu esforço era recompensado, eventualmente.
Os professores e os colegas teciam elogios com um sorriso de orelha a orelha. A humildade prevalecia no meu caráter e a vontade de ajudar também. Nunca fui de falsas modéstias. Sabia do que era capaz, ou pelo menos julgava que sabia. A medicina era uma dessas coisas, mas a vida trocou-me as voltas.
Presentemente, encontro-me num curso que não queria e não sei se quero. As notas? Essas baixaram drasticamente, tal como a minha motivação.
Penso que perdi o tão característico brilho no olhar que sempre me acompanhou. Aquela sede de vitória também.
Perdi o controlo da minha vida e até da minha mente. Dou por mim a jurar não voltar a fazer uma coisa e na hora seguinte estou a contrariar-me. Já não sei para onde ir e muito menos onde quero chegar.
Quero tanto ser positiva, acreditar que vai correr tudo bem e que a vida é feita de altos e baixos, porque se fosse sempre igual não tinha graça.
Um professor costumava dizer-me: “No dia em que alcançarmos o equilíbrio morreremos.” E talvez tenha razão. A vida é um autentico carrossel e muda completamente num abrir e fechar de olhos. Eu sou a prova disso mesmo.
No entanto, por mais que as “voltinhas da vida” me tenham trazido coisas excelentes (das quais agradeço imenso), quando fecho os olhos, volto sempre àqueles dias: onde tudo era certo e sabido e a minha fé (na vida e nas pessoas) era inabalável.
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Este texto faz parte de uma série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.
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