Enquanto decorre a apresentação de candidaturas à 1ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior (todas as nossas dicas aqui) no nosso país, aproveitamos para te mostrar uma instituição de ensino francesa para programadores que está a dar que falar.
Esta escola não tem professores, nem livros, nem notas e nem sequer propinas. Parece impossível, mas esta escola existe mesmo em França com o objetivo de formar jovens para se tornarem programadores de excelência.
Como se pode ver na imagem retirada do Facebook desta escola, a École 42 está totalmente equipada com computadores Apple e está aberta 24 horas por dia. Foi fundada por um empresário na área das telecomunicações, Xaviel Neil, e tem como sede um antigo edifício pertencente ao governo, em Paris, que ironicamente já serviu para formar professores.
Neil arrancou com a escola com um donativo de 70 milhões de euros e conta no futuro torná-la autossustentável com os contributos dos alumni, tal como acontece em outras escolas superiores.
A escola aceita entre 800 e 1000 alunos, a quem lhes são dados desafios de programação de dificuldade crescente. Os estudantes recebem pouca informação sobre como podem resolver o problema, logo têm de contar uns com os outros – e com a internet – para arranjar as soluções. Com projetos em grupo de 2 a 5 pessoas, de forma a incentivar a colaboração, no fim só há dois resultados: passaste ou chumbaste. Ou seja, ou a tua equipa conseguiu completar o projeto ou não.
Os candidatos têm de ter entre 18 e 30 anos, não havendo especificações quanto à formação anterior que o aluno tem. Misturam-se quer alunos licenciados nas melhores universidades do mundo (MIT e Stanford) com alunos que nem o ensino secundário têm concluído.

Curiosamente, mesmo esta escola não estando oficialmente acreditada no sistema de ensino francês, nem os alunos receberem no final do curso qualquer tipo de diploma, é mais difícil garantir um lugar na École 42 do que na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos da América. No ano passado, 70 mil pessoas candidataram-se ao teste de qualificação online. Dessas, 20 mil completaram o teste e só 4000 foram convidadas para passarem um mês em Paris a fazer desafios de programação. No fim, apenas 890 estudantes foram selecionados para a aula inaugural da escola, em novembro de 2013. A média das idades é de 22 anos e 11% dos estudantes são raparigas.
Algumas universidades já demonstraram interesse neste método de aprendizagem da École 42 e os responsáveis consideram expandir este modelo de ensino a outros países.
Sem dúvida uma das mais ambiciosas experiências no Ensino da Engenharia! Podes visitar aqui o site e aqui a página do Facebook.
Considerarias concorrer a uma escola assim? Deixa o teu comentário!
Artigo baseado neste artigo da VentureBeat.